Com as principais montadoras internacionais no Brasil, mercado nacional de motocicletas conta com modelos que podem ultrapassar os R$ 240 mil
As motos de luxo – as de alta cilindrada, com mais de 400 cilindros – representam 4% do setor de motocicletas brasileiro, segundo Paulo Takeuchi, diretor executivo da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares). O número parece ínfimo se comparado à hegemonia dos modelos mais populares – ou de baixa cilindrada -, mas não reflete o real tamanho deste nicho em termos absolutos. “Praticamente 30% dos valores totais de vendas vêm do segmento de alto padrão”, diz Alarico Assumpção Jr., presidente da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).
Os dois executivos observam que o mercado, como um todo, vem mostrando sinais de aquecimento nos últimos meses. Entre os motivos estão a possibilidade de isolamento que as motocicletas proporcionam numa época de crise sanitária – alternativa ao transporte público cheio ou até mesmo aos carros de aplicativos – e a transformação do veículo em objeto de trabalho, movimento que nunca esteve tão forte com o boom do e-commerce durante a pandemia e, consequentemente, dos entregadores.
Um relatório produzido pelo marketplace VIS (Veículos, Imóveis e Serviços) do Mercado Livre corrobora essa visão. Segundo a pesquisa, a intenção de compra de motocicletas novas aumentou 36% em maio de deste ano, em relação ao mesmo período de 2020. Não só a demanda está se mostrando mais forte, como também a produção: a Abraciclo está otimista e espera um crescimento de 10,2% no número de motocicletas produzidas no Brasil em 2021, em comparação ao ano passado. No total, a projeção é de 1.060.000 motocicletas – número maior também que em 2019, que ficou abaixo da casa do milhão.
Mas, apesar da força dos modelos mais baratos no Brasil, o mercado nacional para motos de altas cilindradas é promissor e, em termos de volume, maior do que muitos outros países: são cerca de 50 mil unidades vendidas por ano, de acordo com Takeuchi. Para Assumpção Jr., existe a percepção de que o mercado nacional de produtos premium, especialmente o de motocicletas, está em tendência de crescimento ano a ano.
Além do poder aquisitivo distinto, o público consumidor dos modelos de alto padrão tende a usá-los para outros propósitos além do simples deslocamento do dia a dia. Em média, são pessoas entre 40 e 70 anos, que encaram as motocicletas como hobbie e as usam para lazer, aos finais de semana, ou para pegar a estrada. Seja como for, não é raro que este grupo seja unido por uma característica comum: o desejo e amor pela liberdade.
Com quase todas as grandes marcas internacionais presentes no Brasil, a Forbes selecionou os modelos mais caros à venda no mercado nacional e chegou às 14 motos mais valiosas do país atualmente. Confira, na galeria de fotos a seguir, quais são elas: