“Batido, não mexido”: 9 receitas para curtir o Dia do Martini
Maria Laura Saraiva
19 de junho de 2021
Divulgação
Apelidada de Vesper, a versão pedida pelo espião é apenas uma das roupagens do clássico da coquetelaria
Quando James Bond pede para o bartender um drinque batido, e não mexido, ele está imortalizando nas telas do cinema uma das bebidas mais famosas do mundo – o Martini. Apelidada de Vesper, a versão pedida pelo espião é apenas uma das roupagens do clássico da coquetelaria.
De paternidade contestável, o Martini carrega duas histórias em torno da sua criação. Há quem diga que o drinque é uma invenção de 1910 do barman Martini de Arma di Taggia, funcionário do Hotel Knickerbocker, localizado em Nova York. O homem teria feito a mistura após uma exigência do magnata John D. Rockefeller, que queria provar uma bebida simples e sofisticada. Outros já atribuem o seu nascimento ao Occidental Hotel, em São Francisco, onde um mineiro sugeriu que o bartender misturasse gim e vinho branco para substituir a falta de champagne, ainda em meados de 1800. O dono do bar teria trocado o último ingrediente por gim e apelidado o drinque em homenagem à cidade natal do trabalhador, Martinez, na Califórnia.
De lá para cá – seja cem ou 200 anos depois – o drinque servido em uma taça de haste fina e borda delicada ganhou o mundo e se tornou o “rei” da coquetelaria. “Ele simboliza a fundação de todos os profissionais de bar. Durante a sua evolução se tornou um ícone de grandes personalidades mundiais e um grande símbolo de status social. É um tipo de coquetel para ser elaborado com muito conhecimento pelo bartender e consumido com muita cultura pelo comensal”, resume Márcio Silva, diretor de desenvolvimento de bares do grupo Locale.
Por aqui, o drinque começa a ser mais requisitado à medida que os clientes se tornam mais exigentes e conhecedores do assunto – um movimento cada vez mais notado pelos profissionais da área. “É um pedido de quem tem um gosto mais apurado. Os brasileiros estão começando agora a apreciar um bom gim e os novos vermutes”, afirma Márcio. Já para Spencer Amereno, bartender do Guilhotina, a tendência da vez é a customização dos sabores, levando o clássico e requintado Martini para novos paladares. “É a versatilidade que agora chama atenção, com variedade muito maior de glassware e muito mais conhecimento pelos ingredientes”, diz.
Antes de se aventurar no preparo da sua versão mais famosa, oDry Martini, vale se atentar também para as diferentes opiniões sobre a proporção exata da mistura. Enquanto os mais comedidos costumam optar por uma combinação de 50/50, outros defendem que a medida correta é de apenas um “cheiro” de vermute para uma dose completa de gim. Os especialistas, entretanto, nunca chegaram a um consenso. Diz a lenda que o autor norte-americano Ernest Hamingway, um dos famosos admiradores da bebida, já tinha uma resposta pronta quando era perguntado sobre a receita: “Se algum dia você se perder na selva africana, sente-se sobre uma pedra e comece a preparar um Dry Martini. Em cinco minutos vai aparecer alguém dizendo que a dosagem de gim e vermute está errada”.
Clássico absoluto da coquetelaria no mundo, o drinque ganhou novas versões ao longo da sua história. Veja, na galeria abaixo, nove receitas de Martini indicadas pelos especialistas para preparar em casa: