Maior residência projetada por Paulo Mendes da Rocha está à venda por valor milionário

22 de junho de 2021
Léo Sombra

Obra do renomado arquiteto Paulo Mendes da Rocha, falecido em maio, tem mais de 4.300 metros quadrados

Uma das pouco mais de 40 residências projetadas por Paulo Mendes da Rocha – número ínfimo se levarmos em conta as centenas de prédios e edifícios renomados que o arquiteto tem em seu portfólio, como a Pinacoteca de São Paulo e o MUBE – está à venda na capital paulista. O sortudo que puder desembolsar cerca de R$ 15 milhões para adquirir o imóvel não apenas terá a chance de viver em uma das criações do falecido artista, que morreu aos 92 anos em decorrência de um câncer de pulmão em maio deste ano, como também poderá desfrutar de muito espaço: são mais de 4.300 metros quadrados de terreno, em Interlagos, na zona sul da cidade. 

Capixaba com maior número de prêmios na história do Brasil – como o Pritzker, conhecido como o “Nobel da Arquitetura”, em 2006, o Leão de Ouro da Bienal de Veneza e o Prêmio Imperial do Japão, ambos em 2016 -, Mendes da Rocha projetou a residência em 1973 especialmente para o casal Newton e Ligia Carneiro, proprietários da marca de chá Matte Leão. 

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A propriedade, que passou para as mãos de outra família paulistana, que prefere não ser identificada, há mais de 30 anos, segue bem o estilo característico do arquiteto brasileiro: urbano, moderno e arrojado. “Como diversas outras casas projetadas por ele, esta também traz a cidade para dentro da composição e tem uma linguagem que quase cria uma memória do território urbano em um lote privado”, explica o arquiteto Lucas Löff, cujo mestrado da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) teve a obra de Paulo Mendes da Rocha como objeto de estudo. 

“E é interessante porque, mesmo com essa característica super moderna, o projeto convive com a natureza nativa do terreno, com árvores grandes e preservadas da floresta. Ela acaba sendo muito peculiar por isso, principalmente em São Paulo”, continua Löff, em referência ao enorme jardim da propriedade. Apenas a metade do espaço é de área construída. Todo o restante é composto por flora natural, com espécies frutíferas e exóticas, e paisagismo, desenvolvido por outros dois grandes nomes da arquitetura brasileira: Amélia Bratke com colaboração de Burle Marx, amigo pessoal do casal proprietário. 

Por dentro, a casa conta com cinco quartos – três deles suítes -, mobília toda feita sob encomenda e de acordo com o projeto, espaço de convivência com lareira, home theater e bar, além de uma adega climatizada com capacidade para até 2.000 garrafas, equipada com porta de submarino em aço inox. 

Apesar das características clássicas da obra de Mendes da Rocha, o projeto tem um detalhe não muito fácil de encontrar em outras de suas residências: quase todo o perímetro é envidraçado, com paredes de vidro que garantem uma iluminação natural à construção. As portas são pivotantes, do teto ao piso, com até 4 metros de altura. 

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A propriedade reúne, ainda, uma piscina de formato orgânico com 120 mil litros de capacidade, garagem para até 20 carros e possível local para a construção de sauna e heliponto. 

Veja, na galeria de fotos abaixo, mais detalhes da residência projetada por Paulo Mendes da Rocha:

O projeto foi feito para o casal Newton e Ligia Carneiro, donos da Matte Leão, na década de 1970
Um dos grandes destaques da casa é o seu amplo jardim, cheio de árvores nativas
O projeto tem uma grande marquise de pedra, que cobre quase toda a casa e parece estar flutuando. "Esse agente de cobertura talvez seja o elemento mais proeminente de toda a casa", diz o arquiteto Lucas Loffmore
A casa tem uma grande área de convivência, toda aberta
O que diferencia esta construção de outras do Paulo Mendes são as paredes de vidro por quase toda a casa, elemento que ele tradicionalmente usava pouco
Além das paredes envidraçadas, a casa ainda conta com um vão entre a parte superior de convivência e a de baixo, onde ficam os quartos
A casa tem cerca de 600 metros quadrados de construção em balanço, sem nenhuma coluna nas pontas
A arquiteta Amélia Bratke foi a responsável pelo projeto de paisagismo da propriedade, com toques sutis de Burle Marx, amigo pessoal dos proprietários originais
O projeto reúne um grande contraste entre o moderno urbano e o orgânico da natureza
A construção tem bastante iluminação natural por conta dos vidros
A residência fica no bairro semi-fechado em Interlagos, São Paulo, próxima à Represa de Guarapiranga
De acordo com o dono da casa, os proprietários originais queriam "uma casa arrojada em um terreno perfeito"

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