“Nossa missão era criar o híbrido mais ágil, dinâmico, envolvente e de alto desempenho do mercado e isso significava menor peso”, disse o diretor de design da McLaren, Rob Melville, durante um tour virtual para apresentação do carro. “Do ponto de vista do design, tratava-se de integrar o máximo que pudéssemos para criar uma peça de escultura limpa, pura e técnica, que mostrasse a tecnologia sem distrair o motorista.”
O Artura é construído em uma nova arquitetura de fibra de carbono leve da McLaren (MCLA) e tem um trem de força híbrido V6 de alto desempenho. Naturalmente, para um McLaren, os números de desempenho são impressionantes: o motor a gasolina V6 twin turbo alimentado de 2.993 cc fornece uma potência de 585 cv e 585 Nm de torque, enquanto o pequeno motor elétrico de fluxo axial gera 95 cv e 225 Nm. Assim, o supercarro acelera de 0 km/h a 100 km/h em apenas três segundos.
O executivo e sua equipe criativa trabalharam de acordo com três conceitos-chave: pureza, escultura técnica e joalheria funcional. Ele explica: “A pureza não é apenas da linha, mas também na integração de componentes, o que leva a um resultado geral mais leve com a redução de peso. Essa abordagem também resulta em um design mais limpo, um melhor acabamento e execução.”
Ele continua a explicação para desvendar o segundo ponto, a escultura técnica. “Quando apresentei esse conceito à minha equipe, usei dunas de areia sendo esculpidas pelo vento e pelo ar. Como as formas que vemos na natureza, os elementos devem ser impressionantes ao olho – mas devem existir por uma razão. Nossos carros devem ser esculturas técnicas”, afirma. “O terceiro pilar, a joalheria funcional, é melhor explicado pelo fato de que não decoramos.” Em vez disso, os próprios elementos de engenharia realçam esteticamente o carro.
As superfícies externas são limpas e claras. O teto é uma estrutura de alumínio de peça única, assim como a concha traseira. A carroceria reduzida contrasta com as portas teatrais de alumínio diédrico, que se estendem para fora e para cima na dobradiça.
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Nada é desnecessário no design da McLaren – e esse é um de seus principais charmes. No Artura, todos os elementos, até os espelhos retrovisores, têm um papel a cumprir: gerir o fluxo de ar, arrefecer os radiadores, otimizar a sustentação negativa. Melville destaca as persianas ventiladas nos para-lamas dianteiros, que são moldadas precisamente para reduzir a pressão nas cavas das rodas e guiar o ar sujo para longe das entradas laterais, enquanto o ar limpo é conduzido para essas entradas por meio de um caminho aerodinâmico complexo que envolvem canais de porta esculpidos.
Existem outras soluções de design inteligente no Artura. Desenvolvido pela equipe de ergonomia, o assento Clubsport é ágil – 9,5 kg mais leve do que um assento de carro esportivo convencional -, embora seja tão confortável quanto o banco anatômico normalmente usado nesse tipo de veículo. Ele também oferece a amplitude de movimento de um assento com encosto móvel, enquanto a parte superior larga e acolchoada fornece suporte igual para motoristas magros e de ombros largos.
A história do couro também é interessante. Melville explica: “Jo Lewis [chefe de design de cor e materiais] trabalhou com nosso fornecedor Bridge of Weir para criar um couro com a mesma espessura, mesma sensação e qualidade de nosso material normal, só que com arejando a parte traseira para reduzir o peso em alguns de quilos, mas, ainda assim, mantendo a sensação de toque macio que o cliente espera dos nossos carros”.
O Artura representa o início de um movimento para eletrificar o portfólio da McLaren. No ano passado, quando conversei com o CEO da empresa, Mike Flewitt, ele brincou sobre este carro: “Progressivamente, até 2023, quase tudo que lançarmos será híbrido, com o objetivo de ter uma linha totalmente hibridizada até o final de 2025”.
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