Ele assina a curadoria da exposição Volpi Popular ao lado do diretor artístico do museu, Adriano Pedrosa. A seleção reúne cerca de cem pinturas garimpadas principalmente em coleções particulares. Já é o terceiro nome de modernistas canônicos na série de exposições que trouxe Portinari (2016) e Tarsila (2019), ocasião em que 402.850 visitaram o museu, batendo o recorde de Monet (401 mil, em 1997).
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Volpi nasceu em Lucca, na Itália, e chegou ao bairro do Cambuci, em São Paulo, com pouco mais de um ano. Jovem, trabalhou como marceneiro, entalhador e encadernador. Virou aprendiz de decorador de parede em 1911, época que começou a pintar sobre madeira e tela. A primeira exposição coletiva aconteceu em 1925. Em 1940, ganhou um concurso promovido pelo Iphan, e, quatro anos mais tarde, fez a primeira individual em São Paulo.
A partir dos anos 1950, sintetiza suas composições, deixando-as cada vez mais geometrizadas. Participa das três primeiras Bienais Internacionais da cidade e, em 1953, recebe o prêmio de melhor pintor nacional – cinco anos depois vem o reconhecimento do Prêmio Guggenheim. Avesso ao uso de tintas industriais, ele aprendeu a pintar a têmpera: técnica em que se cria a própria tinta a partir de pigmentos.
“Para esta exposição priorizamos o interesse de Volpi por temas populares, como santos – ele não era religioso, seu interesse era estético –, bandeirinhas, fachadas coloniais, temas náuticos, festas e mitologia. Mostramos o cotidiano do pescador, da época que ele viveu em Itanhaém; e a vida interiorana, da fase em que esteve em Mogi das Cruzes”, conta Tomás. “Para quem o conhece mais pelas bandeirinhas, vai ser legal descobrir outras facetas.”