Localmente conhecida como “Billionaire Bunker” (ou “bunker dos bilionários”, em português), a Indian Creek Island em Biscayne Bay, na parte de trás de Miami Beach é, em quase todos os aspectos, a área residencial mais exclusiva, segura e cheia de celebridades dos Estados Unidos (desculpem, Hamptons e Palo Alto). Se tivesse seu próprio CEP, seria o mais caro também, com a maioria das propriedades sendo negociadas atualmente por mais de US$ 40 milhões (R$ 205 milhões).
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Para os atuais 40 moradores de Indian Creek Island – muitos dos quais já pagam milhões anualmente por privacidade e segurança em todos os outros lugares –, é exatamente assim que eles gostam.
A ilha de aproximadamente 120 hectares é acessível apenas por uma ponte fechada de duas pistas, policiada por guardas armados. Ela também mantém sua própria força policial de 13 pessoas e uma patrulha marinha para afastar os turistas e paparazzi que leem matérias como esta e acham que esta é a melhor chance de ter um vislumbre de Tom Brady e Gisele Bündchen, que recentemente gastaram US$ 17 milhões (R$ 87,5 milhões) em uma propriedade na ilha.
O Indian Creek Country Club, cujo campo de golfe projetado por William Flynn tem menos membros do que o Augusta National, também ocupa todo o centro da ilha, garantindo que nenhum novo empreendimento possa ser construído e a exclusividade seja garantida.
A mansão está sendo construída pelo icônico desenvolvedor de Miami Beach, Todd Michael Glaser, e três sócios. Os quatro compraram a propriedade no verão passado do lendário apresentador Mario Luis Kreutzberger Blumenfeld, também conhecido como “Don Francisco”, por US$ 24 milhões (R$ 123 milhões) em um acordo particular, que também foi representado por Goldentayer, da Elliman.
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“Estou sempre procurando oportunidades e propriedades troféus onde eu possa construir”, diz Glaser sobre a oportunidade de projetar algo em Indian Creek pela primeira vez. “Quando Dina me mostrou esta propriedade, eu sabia que poderia criar algo especial aqui.”
A mansão de Glaser se estende por quase 1.480 metros quadrados de vidro, madeira e concreto em um terreno de 5 mil metros quadrados. A arquitetura e os interiores são da lendária designer de casas de luxo de Miami, Kobi Karp.
Na lógica por trás da aceitação do bitcoin como moeda formal para a propriedade, Glaser é curto e grosso. “Se a Gucci aceita bitcoin, então Todd Michael Glaser também.”
Goldentayer, no entanto, é um pouco mais otimista quanto ao potencial de longo prazo para o espaço onde as criptomoedas e os imóveis de luxo se encontram. “O número 37 da Indian Creek será a transação criptográfica de mais alto perfil desse tipo nos Estados Unidos se for vendida em bitcoin por causa de onde está localizada”, ela me diz.
“O recorde atual é de uma cobertura mais baixa na Arte Surfside que aceitou criptomoedas por uma transação de US$ 22,5 milhões (R$ 115 milhões) em 2020. Isso significa que, à medida que mais métodos de conversão de criptomoedas se popularizam e os vendedores ficam mais confortáveis com o processo, essa propriedade pode mudar todo o jogo em Miami e além.”
Quanto ao comprador, diz Goldentayer, ele precisa ser paciente, pois a casa levará entre 16 e 18 meses para ser concluída.
Sobre o design moderno e as comodidades essenciais da propriedade, Glaser concorda que não havia outro caminho a seguir, dada a localização e a clientela potencial: “Construo casas de luxo há mais de 20 anos aqui. Moderno sempre foi minha preferência em Miami Beach. Vende. Desta vez não será diferente.”
A maior questão agora é se Indian Creek, número 37 vai vender em blockchain ou à moda antiga. As implicações disso para o setor imobiliário são muito maiores do que Tom e Gisele têm para seus próximos vizinhos.