Como um dos campos do conhecimento que mais rapidamente evoluem, ela, hoje, tem resposta para muitas doenças, mas não para todas. O que acontece, por exemplo, quando ainda não se chegou à causa de alguma condição? O tratamento fica mais limitado.
Algo semelhante acontece com a Psiquiatria. Durante muito tempo, creditou-se as causas de transtornos mentais exclusivamente a razões psicanalíticas ou culturais.
O tratamento de doenças mentais, em geral, responde muito bem a medicamentos, ainda que a psiquiatria não tenha encontrado uma causa biológica para absolutamente todos os transtornos e ainda que se questione haver exclusivamente uma causa biológica para eles.
Mas, para que alguém se beneficie de um tratamento medicamentoso, é preciso que o diagnóstico tenha sido muito bem feito. O sucesso do tratamento depende em grande medida disso.
Mesmo nos casos em que a identificação do problema é feita com grande acurácia, o remédio, sozinho, não faz milagres, até porque algumas pessoas respondem muito pouco a eles. O que eles conseguem é manter os sintomas sob controle, ao ponto de o doente ter uma vida praticamente normal e com poucas chances de ter uma recaída.
Além disso, sabemos que palavras – e o modo como elas nos são transmitidas – são capazes de alterar o balanço químico do cérebro, da mesma maneira que os remédios o fazem, gerando um impacto positivo ou negativo em cada um de nós.
Dr. Arthur Guerra é professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental.
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