Pesquisadores analisaram dados de mais de 500 mil adultos e agruparam pessoas com base nos níveis de atividade e peso corporal, avaliando a saúde do coração e três principais fatores de risco para derrame e ataque cardíaco: diabetes, pressão alta e colesterol alto.
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Lucia disse que essa noção “levou a propostas controversas de políticas de saúde para priorizar a atividade física e a boa forma acima da perda de peso”, políticas que ele acredita que devam ser reconsideradas para tornar a “perda de peso um alvo principal” na luta para reduzir o risco de doenças cardiovasculares em pessoas com sobrepeso e obesas.
Embora uma quantidade substancial de pesquisas mostrem que ser ativo protege contra várias doenças, o impacto do peso corporal tem se mostrado mais controverso. Muitos, como Lucia observou, apoiam a ideia de que alguém pode ser “gordo, mas em forma” (em inglês, “fat but fit”) e há evidências que sugerem que o condicionamento físico pode ajudar a compensar o excesso de peso. É improvável que o estudo resolva essa controvérsia e há uma série de falhas metodológicas que precisariam ser abordadas para resolver a questão de forma conclusiva. Keith Frayn, professor emérito de metabolismo humano da Universidade de Oxford, disse que a pesquisa “deve ser considerada apenas um ponto de partida” ao falar sobre a relação entre condicionamento físico, peso e saúde. Frayn disse que o desenho do estudo significa que ele poderia ter perdido fatores de saúde que “não estão necessariamente refletidos nas medições de sangue relatadas aqui”, bem como benefícios que vão “além da proteção contra doenças cardiovasculares (e) metabólicas”.
Michael Pencina, vice-reitor de ciência de dados e tecnologia da informação na Duke University School of Medicine, disse à CNN que o estudo não pode levar a uma conclusão sobre a causa dos problemas de saúde. “Este é um estudo transversal”, disse ele. “Tudo o que podemos falar é sobre associações”. O estudo não pode, por exemplo, nos dizer se uma pessoa se tornou ativa porque era obesa ou se era ativa e ainda assim se tornou obesa, explicou Pencina.
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No Brasil
Para Pedro Augusto Bastos, cardiologista do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP), mesmo que pessoas em condição de obesidade tenham um estilo de vida saudável, o sobrepeso continua sendo um fator de risco para diversas doenças cardiovasculares. “Exercícios físicos e boa alimentação são essenciais, mas não garantem 100% de isenção do desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Somente se manter ativo não é o suficiente. É necessário direcionar as atividades para a perda real de peso”, explica o médico.
Por outro lado, o médico garantiu que o corpo magro não necessariamente é um símbolo de saúde, já que algumas pessoas que não se encontram acima do peso também podem desenvolver doenças cardiovasculares, como diabetes do tipo 1, por questões genéticas ou dieta precária. “A ideia que tento manter em alta para os meus pacientes é que ter qualidade de vida, é um fator de proteção, mas, infelizmente, não nos deixa isentos das doenças cardiovasculares.” Além de buscar a perda de peso de maneira segura, a solução para qualidade de vida apresentada por Bastos inclui prática regular de exercícios físicos e boa alimentação.
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