“Essa nova variante pode infectar mesmo quem já tem anticorpos contra o novo coronavírus depois de uma primeira infecção natural”, disse à Reuters a imunologista Ester Sabino, professora do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (USP) e uma das coordenadoras do trabalho.
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Por meio de modelagem matemática, cruzando dados genômicos e de mortalidade, a equipe de pesquisadores calcula que a variante de Manaus, conhecida como P.1., seja entre 1,4 e 2,2 vezes mais transmissível que as linhagens que a precederam, segundo nota da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que apoiou o estudo.
“Os cientistas estimam ainda que em parte dos indivíduos já infectados pelo SARS-CoV-2 –algo entre 25% e 61%– a nova variante seja capaz de driblar o sistema imune e causar uma nova infecção”, disse a Fapesp. O trabalho de modelagem foi feito em colaboração com pesquisadores do Imperial College de Londres.
Diante de uma variante mais transmissível, há uma grande preocupação sobre como as vacinas aprovadas contra a Covid-19 irão reagir a ela. Apesar de também tratar de imunidade, o estudo não tem relação com eventual eficácia das vacinas, uma vez que o trabalho se baseou apenas na imunidade de pessoas que já tiveram a doença, segundo a imunologista.
O trabalho também apontou que em apenas sete semanas a P.1. tornou-se a linhagem do SARS-CoV-2 mais prevalente na região de Manaus. Segundo Sabino, “parece bastante provável” que a nova variante consegue se replicar mais no organismo humano do que a linhagem anterior.
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A nova variante é apontada como uma das causas do colapso do sistema de saúde de Manaus no início deste ano, quando a capital do Amazonas sofreu uma falta de oxigênio nos hospitais devido à explosão de casos novos, com pacientes morrendo sufocados nos leitos.
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