Pense neste exemplo. Quando alguém se sente estressado, o tipo e a quantidade de alimentos que essa pessoa come geralmente é muito diferente daqueles que se ingere quando se está mais relaxado. Ansiedade e estresse estão bastante relacionados ao alto consumo de alimentos hipercalóricos, cheios de açúcar, gordura, aditivos químicos e corantes, como doces, chocolates etc.
Alguém que tem estresse crônico, ao longo do tempo, pode se ver não só mais gordinho (algo que impacta na saúde – e saúde física também é saúde mental) como, por causa da ingestão desse tipo de alimento nada saudável, pode ter disparado processos inflamatórios no corpo.
Várias evidências vêm mostrando que inflamação causa alterações no funcionamento do cérebro e do corpo, que podem contribuir para o desenvolvimento de muitos problemas de saúde mental, entre eles a depressão e a própria ansiedade, que acabo de mencionar. Claro que a inflamação não é o único fator de risco, mas um dos fatores que podem aumentar a probabilidade de alguém desenvolver depressão no futuro.
Alimentos ultra processados não só podem aumentar esses processos inflamatórios que vão impactar no sistema nervoso central, mas também no intestino. E o intestino, acredite, tem uma ligação importante com a saúde mental.
Quase 90% de um dos mais importantes moduladores naturais do humor (a serotonina) são produzidos no trato digestivo. Daí que se a inflamação causar a alteração na fabricação dessa substância, poderá causar também uma mudança no nosso estado de ânimo.
Se você se interessa por esse assunto, entre 5 e 8 de maio acontece, no Centro de Exposições Frei Caneca, em São Paulo, um congresso que vai discutir esses e outros temas ligados à alimentação e saúde mental (www.gutbraincongress.com).