O cigarro eletrônico funciona por meio de uma bateria que esquenta um líquido interno, uma mistura de água, aromatizante alimentar, nicotina, propilenoglicol e glicerina vegetal. Ele é tragado pela boca e cria uma fumaça branca e sem cheiro, ou com um cheiro que se dissipa rapidamente no ar. Por não provocar combustão, o vapor não produz monóxido de carbono nem alcatrão, substâncias tóxicas liberadas na queima do tabaco. Exatamente por esse motivo, criou-se a ideia de que ele não faz mal à saúde, tido, por muitos, como uma boa alternativa ao cigarro tradicional ou para quem está tentando parar de fumar.
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Umas das toxinas em questão é a nicotina líquida, droga de alto poder viciante.
Além de aumentar em três vezes o risco de experimentação de cigarro convencional entre pessoas que nunca fumaram, ela é uma enorme vilã do sistema cardiovascular, o que explica o número elevado de mortes por doenças
cardiovasculares no público jovem depois que esse mau hábito virou moda.
Em relação à saúde da pele, as notícias também não são nada boas. Um estudo recente publicado no Jornal da Academia Americana de Dermatologia concluiu que o cigarro eletrônico pode causar manifestações dermatológicas prejudiciais, incluindo estomatite, queimaduras, coceira e vermelhidão nos lábios e mãos.
Dra. Letícia Nanci é médica do Hospital Sírio-Libanês, médica responsável pela Clínica Dermatológica Letícia Nanci; membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD); da American Academy of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD).
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Artigo publicado na edição 97 da revista Forbes, de maio de 2022.