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Em 2017, um médico inglês escreveu um artigo para o British Medical Journal contando o caso de uma paciente sua que sofria com depressão e para quem ele receitou nadar em águas abertas geladas. No caso da Inglaterra, isso significava nadar em mar aberto com água em temperaturas próximas de 15 graus Celsius. Essa paciente penava há muitos anos e tinha um tipo de depressão resistente a medicamentos. Quatro meses após o início desse tratamento não convencional, a moça estava livre dos remédios e seus sintomas haviam parado.
Mais ou menos na mesma época, começou a ficar bastante comum entre a turma da corrida entrar em uma tina repleta de água e gelo após uma prova. Não só os atletas relatavam sair revigorados após uma corrida longa como diziam que o procedimento acelerava a regeneração muscular.
Só que mais recentemente começou-se a estudar o seu uso em casos de ansiedade e depressão. Alguns estudos poloneses estão mostrando que a crioterapia é capaz induzir um relaxamento corporal, melhora do vigor e da energia e até do humor.
Agora, vários grupos no mundo vêm procurando evidências de se a terapia com baixíssimas temperaturas pode servir como tratamento coadjuvante para alguns transtornos mentais, como ansiedade e depressão. Quem sabe possa trazer notícias promissoras daqui a alguns anos?
Dr. Arthur Guerra é professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental.
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