Iodo radioativo no câncer de tireoide: pesquisa analisa uso e benefícios desta terapia

27 de junho de 2023
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Câncer de tireoide ocupa a sétima posição entre os tipos de câncer mais frequentes no Brasil

Acredito que muitos dos leitores e leitoras da coluna já tenham ouvido falar do uso do iodo radioativo no câncer de tireoide. Esta terapia é utilizada como prevenção contra metástases após a cirurgia nos tipos mais comuns da doença, como o carcinoma papilífero e o folicular.

A utilização da radioiodoterapia, no entanto, vem diminuindo porque se percebeu que, para pacientes de risco baixo para recidiva, ela já não é mais necessária.

Neste sentido, um artigo publicado no Journal of National Cancer Institute por um grupo de pesquisadores coreanos procurou avaliar se o risco de um segundo câncer em pacientes com tumor de tireoide que receberam tratamento com iodo radioativo aumenta de maneira cumulativa e dependente da dose.

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Foram analisados mais de 217 mil pacientes com a doença, entre eles 177 mil mulheres e 40 mil homens. O que foi visto é que houve, sim, uma alta do risco de cânceres secundários à radioiodoterapia, com uma relação linear à dose aplicada. Os tumores que mais tiveram incidência elevada foram as leucemias mieloides, o tumor de glândula salivar de traqueia de pulmão de útero e de próstata.

Como conclusão, não há uma contraindicação do uso do iodo radioativo, mas uma ponderação sobre quais pacientes teriam real benefício com a utilização deste tratamento.

Câncer de tireoide no Brasil

Segundo dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer), sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de tireoide ocupa a sétima posição entre os tipos de câncer mais frequentes no país. Para 2023, são estimados 16.660 casos novos da doença, principalmente entre mulheres.

Fernando Maluf é cofundador do Instituto Vencer o Câncer e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.

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