O mês de agosto é dedicado à conscientização sobre um dos tipos de tumor mais frequentes no Brasil e no mundo. Com a campanha Agosto Branco, chamamos a atenção para os fatores de risco, os sinais e a importância do tratamento do câncer de pulmão.
Segundo dados da IARC – International Agency for Research on Cancer, este câncer é o primeiro em incidência entre os homens e o terceiro entre as mulheres, mundialmente. Aqui no Brasil, serão mais de 32 mil novos diagnósticos, apenas em 2023.
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Entre os sintomas estão tosse com ou sem catarro com sangue, falta de ar, dor no tórax ao respirar e perda de peso. Como esses sinais não são específicos de câncer de pulmão, a orientação é buscar um especialista caso persistam por várias semanas.
Fatores ambientais – incluindo poluição e a exposição a outras substâncias nocivas, como o asbesto e o gás radônio – e fatores genéticos aumentam o risco para a doença. No entanto, o tabagismo e o fumo passivo são as condições que mais contribuem para o desenvolvimento do câncer de pulmão.
Um estudo publicado recentemente tentou entender por que, entre fumantes, alguns desenvolvem um tumor pulmonar e outros não. A pesquisa avaliou 116 indivíduos tabagistas. Apenas uma parte deles teve um câncer de pulmão em idade precoce.
Os pesquisadores compararam o material genético destes pacientes e observaram que 33 genes eram diferentes entre o grupo com o diagnóstico de tumor e o grupo que não teve câncer.
Essa diferença genética pode explicar as razões pelas quais algumas pessoas desenvolvem um tumor e outras não, mesmo quando há a presença de um fator de risco, como o tabagismo.
O fator de risco é um gatilho. Mas talvez tenha que existir uma predisposição genética junto com ele, e esta combinação aumentaria de modo significativo o desenvolvimento de um câncer, no caso o câncer de pulmão.
Novidades no tratamento
As novas opções de tratamento para câncer de pulmão têm garantido bons resultados e melhor qualidade de vida e sobrevida aos pacientes.
Na edição mais recente do Congresso Americano de Oncologia, realizado em junho, um dos destaques foi um estudo sobre câncer de pulmão. A pesquisa apresentada numa das principais sessões do evento avaliou o tratamento com um medicamento chamado osermetinibe, que age especificamente sobre um tipo de câncer de pulmão que apresenta mutação de EGFR, presente em aproximadamente 20% dos casos.
Foram avaliados 682 pacientes, que foram operados para o tratamento do tumor. Destes, apenas metade recebeu a medicação após a cirurgia, com o objetivo de diminuir a chance de uma recorrência tumoral.
Depois de um seguimento prolongado desses tudo, os resultados mostraram que o osermetinibe, uma droga oral administrada por três anos preventivamente, reduziu o risco de morte em 50%, comparado com o grupo do placebo.
Portanto, este medicamento se apresenta com uma ótima opção a pacientes que têm este tipo específico de tumor de pulmão, para evitar uma recorrência da doença. Trata-se de um grande avanço na Oncologia!
Fernando Maluf é cofundador do Instituto Vencer o Câncer e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.
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