A campanha Agosto Dourado, de incentivo ao aleitamento materno, também destaca um papel relevante da amamentação na prevenção de tumores, como o câncer de mama.
Um dos principais estudos que compilaram dados de diversas pesquisas mostra que cada ano de amamentação promove uma redução de 4,3% no risco de uma mulher desenvolver a doença.
Leia também:
- Como podemos evitar mortes prematuras por câncer de intestino
- A melhora da microbiota intestinal e o tratamento do câncer
- O exercício físico e o tratamento dos cânceres mais incidentes no Brasil
E estes índices são cumulativos: quanto mais tempo a mulher amamenta, maior a redução deste risco.
Isso ocorre porque quanto mais ciclos ovulatórios a mulher tiver, mais ela estará exposta aos hormônios estrogênio e progesterona. Eles são responsáveis por aumentar a chance de desenvolvimento alguns tipos de tumores, como mama, ovário e endométrio.
A amamentação retarda a ovulação. Então, enquanto a mulher amamenta, retarda o retorno da menstruação após a gestação, reduzindo o número de ciclos ovulatórios ao longo da vida e a exposição aos hormônios.
Vale destacar que mulheres que já tiveram câncer também se beneficiam com a amamentação. Mesmo pacientes oncológicas podem ser incentivadas a amamentar, dependendo do estágio e do tipo de tratamento que estão recebendo.
Benefícios também para o bebê
Alguns estudos sugerem que crianças que recebem o leite materno por mais tempo têm menos tendência a desenvolver obesidade, um dos fatores de risco para a ocorrência de câncer.
A amamentação também ajuda a fortalecer o sistema imunológico ao transmitir os anticorpos da mãe para a criança, auxiliando na diminuição dos riscos de desenvolvimento de infecções e problemas respiratórios e digestivos.
O Ministério da Saúde recomenda seis meses de amamentação exclusiva, até o início da introdução alimentar. Incentivar o aleitamento materno é garantia de saúde para as mulheres e as crianças! Precisamos incentivar e garantir este direito.
Fernando Maluf é cofundador do Instituto Vencer o Câncer e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.