Durante a pandemia, esse vínculo se estreitou ainda mais. Gatos, cachorros, passarinhos, coelhos e até tartarugas ajudaram muita gente a passar por aquele período duro e, de certa forma, foram responsáveis por cuidar da saúde mental de seus tutores. Tanto que, para muitos pets, foi bem complicado o retorno deles ao trabalho presencial.
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Os laços que envolvem os pets e os humanos costumam ser baseados em alegria, companheirismo e muito amor. O elo pode ser tão forte que muitos dividem as suas camas com eles, dividem comida e até dividem a “guarda” quando o casamento acaba.
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Você passará por um processo de luto, que poderá ser mais demorado ou mais breve. Não existe um calendário com data certa para o fim desse período. Cada um tem o seu tempo. É possível – e até provável – que pessoas que viviam sozinhas com seus animais de estimação, idosos, doentes com condições crônicas que tornaram o pet um parceiro da prática de atividade física, cegos, pessoas surdas e crianças tenham mais dificuldade para encarar essa perda, porque o animal tinha um papel ainda mais importante e significativo para elas, atuando, por exemplo, como “assistentes”, ajudando a alertar e apoiar seus tutores com deficiência visual ou auditiva.
Conheço pessoas em que a morte do pet chegou, inclusive, a deflagrar uma depressão. Eu procuro sempre reafirmar a importância que o autocuidado tem nesse momento de tristeza. Criar novas rotinas, novos rituais são estratégias úteis.
Dr. Arthur Guerra é professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental.
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