Prevenção do câncer de fígado pode exigir mudanças no estilo de vida

6 de dezembro de 2023
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Geralmente, o câncer de fígado é acompanhado de alterações na função do órgão

O tumor de fígado é a terceira principal causa de morte por câncer em todo o mundo, mesmo com as evidências de que a doença pode ser prevenida.

Aqui no Brasil, são registrados mais de 10 mil óbitos por câncer de fígado por ano, segundo o Instituto Nacional de Câncer. São números muito próximos às expectativas de casos anuais estimados pelo INCA.

Um estudo recente da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), entidade ligada à Organização Mundial da Saúde, alertou que a sobrevida do câncer de fígado continua ruim, mesmo em países de alta renda, e poucas melhorias na sobrevida foram apresentadas nas últimas décadas.

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Assim, prevenir é fundamental para reduzir a incidência e mortalidade por este tipo de tumor.

A melhor forma de prevenção é evitar as condições predisponentes, como cirrose alcoólica, combater a inflamação gordurosa do fígado, além da prevenção e tratamento das hepatites virais do tipo B e C.

Um dos fatores de risco para o câncer de fígado e para outros problemas de saúde, o acúmulo de gordura no fígado está associado à epidemia de obesidade e sobrepeso e é bastante prevalente na população brasileira.

Quase um terço (30,45%) dos brasileiros tem gordura no fígado; quando observamos apenas os obesos ou portadores de diabetes mellitus, o índice chega a 50%.

Mudanças no estilo de vida, com uma dieta mais saudável, a prática de atividade física regular e evitar o consumo de álcool, são atitudes que podem amenizar este diagnóstico.

Diagnóstico e tratamento

Geralmente, o câncer de fígado é acompanhado de alterações na função do órgão.
Qualquer que seja o estágio em que a doença é diagnosticada, é muito importante que a equipe médica avalie a função hepática para auxiliar na definição da melhor estratégia de cuidado, a partir de exames laboratoriais e critérios clínicos.

O tratamento vem avançando, com novas técnicas cirúrgicas, com procedimentos menos invasivos como ablação por radiofrequência e alcoolização, e a utilização de terapias antiangiogênicas e imunoterapia.

Fernando Maluf é cofundador do Instituto Vencer o Câncer e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.

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