Câncer de pênis é um problema de saúde pública no Brasil

19 de março de 2024
Getty Images

Homem deve realizar o autoexame e, se encontrar feridas, inchaços ou mudanças na cor e textura da pele, buscar atendimento

O Ministério da Saúde publicou recentemente uma nota técnica com orientações para que os profissionais de Saúde estimulem a prevenção do câncer de pênis e os cuidados aos pacientes.

Esta é uma doença que carrega um grande estigma social, por diversas razões. Além de atingir um órgão genital, está relacionada à falta de higiene e a baixos índices socioeconômicos.

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Mesmo não sendo tão incidente, este câncer agressivo pode levar a tratamentos dolorosos e a mutilações, trazendo consequências físicas, sexuais e psicológicas. Segundo dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer), este tumor é mais comum nas regiões Norte e Nordeste e representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem os homens.

O documento do Ministério da Saúde traz uma série de recomendações, entre elas a implementação de “estratégias de disseminação de informações para a população sobre a importância de homens procurarem a unidade de saúde para cuidados, independentemente da idade”. 

Por isso, hoje resolvi abordar este tema aqui em nosso espaço. Como médico oncologista, sinto-me na obrigação de falar sobre a prevenção, que começa com uma ação diária extremamente simples, que é a higiene, com a lavagem regular com água e sabão neutro. Essa prática deve ser adotada em todas as idades, desde a infância. 

O homem também deve realizar o autoexame e, se encontrar feridas, inchaços ou mudanças na cor e textura da pele, buscar atendimento. Outro ponto muito importante, que sempre tenho abordado aqui, é a vacinação contra o HPV para os meninos de 9 a 14 anos. Sim, além de prevenir o câncer de colo de útero, a vacina ajuda a evitar outros tipos de tumores, como o de pênis.

O tratamento da doença pode envolver cirurgia, radioterapia e quimioterapia e terapia local. No entanto, novos protocolos e novas drogas estão em estudo para garantir melhor qualidade de vida e sobrevida a estes pacientes.

Enquanto aguardamos a conclusão destas pesquisas, deixo aqui meu alerta para que os homens estejam mais atentos aos sinais do seu corpo e não negligenciem os cuidados com sua saúde.

Fernando Maluf é cofundador do Instituto Vencer o Câncer e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.

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