Ao todo, os dez melhores jogadores embolsaram US$ 340 milhões, acima dos US$ 312 milhões do ano passado
Quando o US Open começar na próxima segunda-feira (31), mais de 300 dos melhores jogadores de tênis do mundo estarão competindo pela chance de ganhar US$ 44 milhões em prêmios em dinheiro, incluindo US$ 3 milhões para cada um dos campeões individuais, masculinos e femininos.
Para a maioria deles, pode ser a diferença entre um ano de prejuízo e um lucrativo. A pandemia do novo coronavírus atingiu o tênis de maneira especialmente forte. É um esporte global que requer muitas viagens internacionais. E, financeiramente, os jogadores de tênis são independentes, sem equipe para se apoiar em tempos difíceis. Em resposta, o esporte estabeleceu um fundo de ajuda aos jogadores para distribuir mais de US$ 6 milhões para ajudar 800 profissionais em dificuldades a lidar com a ausência de prêmios em dinheiro.
Mas os melhores jogadores não têm nenhuma dessas preocupações. Considere Roger Federer. O ás do tênis suíço, de 39 anos, que não vai competir no US Open de 2020, pois se recupera de duas cirurgias no joelho, mais uma vez chega ao primeiro lugar no ranking da Forbes dos jogadores de tênis mais bem pagos, com ganhos antes dos impostos de US$ 106,3 milhões entre junho de 2019 e junho de 2020. Federer não é apenas –pelo 15º ano consecutivo– o jogador de tênis mais bem pago do mundo, mas também é o atleta mais bem pago do planeta, apesar de ter jogado apenas dez torneios ATP e ganhado dois deles durante o período de análise.
“Os melhores jogadores de tênis costumam ter uma longevidade enorme, e a longevidade é útil para estabelecer e aumentar o valor da marca”, diz Phil de Picciotto, fundador e presidente de Stamford, a agência de esportes com sede em Connecticut, no Octagon. “Eles também são os melhores do mundo no que fazem de forma quantificável, e as pessoas gostam dos melhores.”
A maioria dos contratos de tênis são construídos em baixas garantias com bônus para performances em torneios e classificações mundiais. Uma vitória em Grand Slam pode gerar um bônus de sete dígitos. Em comparação, há reduções quando os jogadores não atendem aos requisitos mínimos de jogo, devido a uma lesão –ou uma pandemia. Mas as maiores estrelas possuem enormes garantias e são amplamente imunes às reduções.
Federer ganhou mais de 95% de sua renda fora das quadras neste ano. O campeão de Slam por 20 vezes se separou da gigante do tênis Nike em 2018 e assinou um contrato de dez anos com a marca de roupas japonesa Uniqlo. O argumento: a Uniqlo prometeu US$ 300 milhões, independentemente dos jogos de tênis.
“Sentimos que o maior impacto de Roger Federer ainda está por vir”, disse o chefe de criação global da Uniqlo, John Jay, à Forbes em maio. “Claro, será alimentado por seu status como o maior de todos os tempos, mas a capacidade de Roger de trazer mudanças positivas para o mundo é o seu e nosso futuro.”
Novak Djokovic, que ocupa a segunda posição da lista, ganhou US$ 44,6 milhões, 72% em patrocínios e taxas de participação. Djokovic, o melhor jogador masculino do ranking, foi infectado pela Covid-19 em junho, mas planeja jogar em Nova York na próxima semana. Na terceira posição está Rafael Nadal. O jogador ganhou US$ 40 milhões, 65% fora da quadra. Ao todo, os dez melhores jogadores embolsaram US$ 340 milhões, contra US$ 312 milhões do ano passado.
O tênis representa um grupo que atrai os profissionais de marketing, graças a um público abastado que é dividido igualmente entre homens e mulheres –uma raridade nos esportes importantes. No US Open de 2019, 78% dos fãs tinham pelo menos um diploma de bacharelado, e a renda familiar média era de US$ 216 mil.
As mulheres representam 40% da lista, lideradas pela japonesa Naomi Osaka (nº 4, US$ 37,4 milhões) e Serena Williams (nº 5, US$ 36 milhões). Ambas estão competindo no US Open, mas as outras duas atletas mais bem pagas –Ashleigh Barty (nº 7, US$ 13,1 milhões) e Simona Halep (nº 10, US$ 10,9 milhões)– não participarão.
Apesar de ter jogado apenas oito torneios em 2019, Williams continua a ser a atleta feminina mais famosa dos Estados Unidos, com awereness que supera Tom Brady, LeBron James e todos os outros atletas que não Tiger Woods, de acordo com o Q Scores, que acompanha o sentimento do consumidor em relação às celebridades. Lucrando com seu amplo apelo –de Gen-Z a Baby Boomers– tem patrocinadores como Nike, Gatorade, Procter & Gamble e Beats.
Veja, na galeria de fotos a seguir, os dez atletas de tênis mais bem pagos do mundo em 2020: