Ele tem motivos para estar confiante; sua empresa é prioritariamente voltada ao item mais popular deste mercado no Brasil, o seguro de automóvel. Forte no Sul do país, a HDI integra o grupo Talanx, terceiro maior segurador da Alemanha e sétimo da Europa. “Em 2014 abrimos quatro filiais no Estado do Rio de Janeiro e em 2015 teremos novas unidades em São Paulo e outras mais no Rio. Já ultrapassamos a marca de 1,6 milhão de veículos segurados, além de 358 mil residências”, conta.
E ele arremata: “Nosso mercado, em particular o automotivo, cresceu na casa dos dois dígitos nos últimos anos. Claro, essa expansão foi um pouco menor em 2014, reflexo da queda nas vendas de carros novos. Porém, as oportunidades seguem imensas; a frota não segurada no país, especialmente em carros usados, é alta. As projeções de curto, médio e longo prazo nos deixam otimistas. Até por isso investimos em nossos produtos e serviços. A principal meta é diferenciar-se dos concorrentes”.
No primeiro bimestre de 2015, segundo a Susep (Superintendência de Seguros Privados), o mercado de seguros, capitalização e previdência complementar aberta gerou uma receita de R$ 30,6 bilhões — crescimento de 11,3% sobre os dois primeiros meses de 2014. Esse é o dado mais recente de um setor pródigo em números. Como os abaixo, que revelam a força dessa indústria:
• Durante apenas cinco anos, entre 2009 e 2013, a receita com a venda de seguros dos ramos elementares cresceu 70,7%, de
R$ 35,5 bilhões para R$ 60,6 bilhões (ramo elementar são as apólices voltadas à garantia de perdas, danos ou responsabilidade sobre objetos e pessoas);
• Estão em atividade no país quase 80 mil corretores de seguros, dos quais 30 mil têm empresas formalizadas e os demais, profissionais autônomos. A categoria historicamente é responsável por cerca de 80% da produção do mercado securitário nacional;
• No ano passado, o setor devolveu à sociedade, na forma de indenizações, benefícios ou prêmios, algo em torno de R$ 60 bilhões. Isso significa que a cada dia de 2014 (incluindo fins de semana e feriados), o mercado de seguros reinjetou na economia brasileira perto de R$ 164 milhões;
• O seguro de automóveis é o item dessa indústria mais vendido no país. Porém, a maior parcela do faturamento do setor é gerada por um tipo de plano de previdência complementar que tem características de investimento financeiro, o VGBL;
• O maior seguro de caráter social do mundo é brasileiro. Trata-se do DPVAT (Danos Pessoais causados por Veículos Automotores
de via Terrestre). Instituído em 1974, ele ampara os que sofrem acidentes de trânsito. No ano passado, o DPVAT pagou indenizações da ordem de R$ 3,9 bilhões para cerca de 740 mil vítimas ou familiares de vítimas desse tipo de acidente no Brasil.
“A estabilização da economia em 1994, com o Plano Real, mudou esse cenário e criou as bases que sustentaram um forte incremento da indústria securitária nos anos seguintes. Os últimos 20 anos foram o tempo necessário para que o mercado suprisse uma enorme demanda reprimida por seguros. Mesmo assim, há muito espaço ainda a ser ocupado”, garante ele. Um discurso que atesta a confiança dos atores desse mercado na força que ele ostenta.