Brasileiro cria câmera que edita vídeos para concorrer com GoPro

5 de agosto de 2015

Divulgação

Em abril de 2012, o brasileiro Bruno Gregory, 33 anos, que morava em Berkeley, na Califórnia, recebeu um amigo daqui e resolveram sair para andar de bicicleta. Gregory sugeriu que eles levassem a GoPro para filmar o caminho e a amarrou na bike do amigo.

Nos dois primeiros minutos e quarenta segundos de vídeo, a câmera registra o percurso normalmente, mas nos oito segundos seguintes, um carro os pega de surpresa e os joga para a calçada, enquanto a GoPro registra tudo. No vídeo, que foi visto mais de meio milhão de vezes no YouTube, Gregory evita ser atropelado pelo carro e o motorista vai embora sem ver como eles estão.

Os amigos poderiam ter se ferido gravemente, mas, para Gregory, aquele momento foi uma epifania: quando ele teve a ideia de criar sua startup de tecnologia, a Graava. O mais novo projeto da marca é criar uma câmera que edita automaticamente os vídeos feitos pelos usuários. Com muita memória, é possível cortar cenas e juntar depois.

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“Depois do meu acidente, eu comecei a pensar na razão pela qual eu tinha a câmera e porque eu sempre a deixava em casa”, conta Gregory. Ele percebeu que, se seu amigo não tivesse ido visitá-lo, ele nem teria pensado em usar a GoPro. “O ponto principal é sempre o conteúdo. Pessoas deixam de usar suas câmeras porque elas não têm tempo de ver o que filmaram”, explica Isso se tornou um problema crítico para muitos usuários de câmeras de ação, que fazem gravações de horas quando esquiam ou surfam e, depois, não têm tempo nem paciência para rever tudo e editar ou não sabem como fazer isso direito.

Até o momento, a Graava só tem um protótipo, mas a empresa espera conseguir solucionar essa questão ao combinar uma câmera retangular com um software próprio que promete ser capaz reconhecer momentos importantes e de editar as filmagens de modo automático. Para isso, o dispositivo terá vários sensores, como microfone, GPS e acelerômetro para marcar quando momentos de ação forem filmados.

Se acontecer um acidente, por exemplo, a câmera reconhecerá que a pessoa gritou e marcará aquele momento como importante. Assim, o usuário só precisa programar quanto tempo ele quer, com o aplicativo para celular da câmera, que o vídeo tenha e a o dispositivo selecionará os eventos mais marcantes que foram gravados e os compilará. Quando ele estiver pronto, o produto final subirá na nuvem ou nas redes sociais da pessoa.

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A câmera terá bateria suficiente para filmar até três horas e capacitada de gravar 30 frames por segundo. A partir desta quarta-feira (5) acontecerá a pré-venda do modelo no site da marca, por US$ 249. Quando chegar às lojas, se isso acontecer mesmo, o preço será de US$ 399.

É o mesmo valor da GoPro, mas o CEO da empresa está confiante: “somos uma startup. Só algumas pessoas tentando criar algo legal para todo mundo. Eu não sei sobre o futuro, mas tentarei lançar esse produto.”