“Eu deveria ter aumentado mais os preços”, Shkreli afirmou na última terça-feira (1), após ter sido questionado sobre o que ele faria se pudesse voltar três meses no tempo. “Este é o meu dever”, falou no encontro Forbes Healthcare Summit, evento da área de saúde, durante uma entrevista de 25 minutos que foi fascinante, aterrorizante e extremamente constrangedora.
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A entrevista foi conduzida pelo repórter de FORBES Matthew Herper, que, em setembro, havia publicado uma matéria onde dizia que Shkreli não era, necessariamente, mau – mas incompreendido. Que, na realidade, era um homem brilhante que estava sendo caricaturado pela mídia.
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Porém, no evento de terça-feira, Shkreli foi dolorosamente claro: seu trabalho não é curar os pacientes. É ganhar dinheiro. “Meus acionistas esperam que eu tenha o maior lucro possível”, disse, num tema que foi recorrente. “Esta é a verdade feia e suja. Eu vou maximizar os lucros”, adicionou. “Isto é o que as pessoas [da área da saúde] têm medo de dizer.”
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Mas Shkreli acredita que não. “Não nos prejudicou em nada”, disse ele, sugerindo que a Turing está trabalhando em um acordo com uma grande empresa farmacêutica para adquirir um novo remédio. Apesar de a empresa ter de fato optado pelo concorrente da Turing, a “Express Scripts me enviou um e-mail há alguns dias implorando pelos nossos negócios”, disse. (Um executivo da Express Scripts na plateia discordou da versão dos fatos de Shkreli.)
Ainda que Shkreli tenha transferido a culpa para seus acionistas, ele também questionou repetidamente o público sobre sua responsabilidade. Os pacientes ainda têm acesso ao Daraprim? E todas estas leis e fiscalizações governamentais? “Políticos adoram massacrar homens que são vistos como inimigos públicos”, disse Shkreli. “Esta é uma ótima forma de ser eleito.”