Maior farmacêutica do Brasil, a EMS faturou R$ 3,4 bilhões em 2014, segundo dados da IMS Health. Sanchez é hoje o 26º homem mais rico do Brasil, com uma fortuna de R$ 6,89 bilhões, de acordo com a lista de FORBES Brasil. Um dos maiores empreendedores do país, Sanchez está trabalhando para diversificar os negócios do grupo hoje controlado por ele e seus sobrinhos Leonardo e Marcus Vinicius Sanchez Secundino.
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Após a morte de Nanci, em 2009, Leonardo abraçou a ideia e foi até a França visitar o industrial Pierre Fabre, um dos papas no assunto e já falecido. Tentou fechar um acordo em torno de dermocosméticos, mas não deu certo. O assunto ficou adormecido até o momento em que Leonardo, já à frente da área de planejamento estratégico, foi incumbido da tarefa de trazer novos e rentáveis negócios ao Grupo NC.
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“Até 2018, meu tio definiu como meta que 50% da receita deverá vir de outras categorias, que não sejam medicamentos”, afirma o jovem herdeiro.
Essa demanda casa com uma vontade antiga do herdeiro. “Sou a terceira geração da família. Meu avô criou o similar; meu tio, o genérico; e eu precisava criar alguma coisa de peso. Foi então que resolvi apostar no dermocosmético”, afirma.
Diante da oportunidade, Leonardo resgatou a ideia da mãe e estudou o mercado brasileiro crescente e dominado por grupos como a L’Oréal, dona de marcas como Vichy e La Roche-Posay. Com um business plan em mãos, voltou a conversar com o tio. Saiu da sala de Sanchez com R$ 35 milhões — parte deles provenientes da venda da fabricante de produtos de higiene pessoal Topz (que era do grupo) para a Cremer. A intenção era trocar um negócio de baixa rentabilidade por um negócio que sonha tornar-se uma marca global. “Quero criar a maior empresa de dermocosméticos do mundo e ser referência em inovação antienvelhecimento”, afirma. O projeto ganhou um nome: Under Skin, com sede em Campinas (SP) e centro de pesquisa conduzida pelo laboratório milanês Monteresearch, com experiência em pesquisas e patentes, que faz parte do Grupo NC. A produção, por sua vez, é na cidade de Jaguariúna (SP).
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Desde 2010, com a ajuda dos italianos da Monteresearch, o jovem criou uma metodologia de inovação, investiu em softwares, pesquisa de mercado e conversas com médicos. Foi assim que passou a criar dermocosméticos que, segundo ele, trazem o melhor da ciência para as embalagens de produtos faciais. “A Under Skin não é, apenas, linha de uma farmacêutica, mas uma empresa focada em dermocosmética.”
Com o apoio do tio, que é visto como um pai por Leonardo (ele perdeu a figura paterna com 13 anos e passou a ver em Sanchez um líder), o jovem herdeiro é um viciado em endorfina e em aceleração dos negócios. Enquanto pratica cerca de dez horas de atividade física por semana, entre corrida e muay thai, ele troca ideias com os italianos para desenvolver novas tecnologias e produtos. “O que me move é a inovação. Quero perenizar o grupo. Sonho que ele continue existindo daqui a 100 anos. Se a Hermès chegou à sétima geração, por que não podemos fazer o mesmo? Estou aqui para desmentir a crença brasileira segundo a qual a primeira geração cria, a segunda cresce e a terceira destrói. Quero aumentar os negócios do grupo no Brasil e no exterior.”