O restaurante japonês que o chef pretende abrir em Manhattan será nos mesmos moldes do estabelecimento que lhe rendeu fama aqui: detrás do balcão ele atenderá, pessoalmente, um seleto grupo de comensais por noite. “Ainda preciso achar o local”, diz o restaurateur, que pretende seguir a mesma discrição do seu restaurante em São Paulo, ou seja, sem placa na fachada. “Vai ser em um lugar escondido, discreto. Não quero aquele tipo de restaurante que a pessoa entra porque passou em frente”, diz. Atualmente, para provar os acepipes em forma de escultura do famoso sushiman é necessário fazer reserva com uma semana de antecedência e desembolsar R$ 365 pelo menu degustação.
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Uma vez estabelecido na Big Apple, o chef espera ter acesso a mais produtos de qualidade. Ele sonha, por exemplo, com o dia que conseguirá ter a disposição o Magurobushi (flocos de atum desidratado) que é vendido em uma loja no bairro Ginza, em Tóquio, para fazer seu dashi (caldo de peixe), atualmente preparado com Katsuobushi. “No meu restaurante não posso utilizar esse atum vendido em Ginza, pois o preço é proibitivo. Nos Estados Unidos, as taxas de importação são mais baixas do que no Brasil”, afirma.
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Sempre que pode Sakamoto viaja ao Japão para pesquisar ingredientes. “Eu quase não crio. Gosto de seguir a tradição da cultura japonesa com um leve toque da minha personalidade. Costumo pesquisar ingredientes antigos”. Foi em uma dessas viagens que ele descobriu, no norte de Tóquio, um vinagre do qual gostou muito. “Ele custa dez vezes mais do que um vinagre nacional e sua fermentação natural demora um ano”, afirma o chef. Nessas andanças, Sakamoto se encantou por um segundo vinagre, ainda mais especial, cuja fermentação leva dez anos. “Uso a mistura desses dois vinagres para temperar o arroz”, afirma.