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Chace Petersen, Zack Helminiak e Hunter Robinson são parceiros de negócios por acaso. Depois de anos acampando, surfando e tendo uma vida ao ar livre juntos, o trio percebeu que a quantidade de resíduos plásticos no oceano e de lixo em seus pontos de surfe preferidos estava aumentando. Eliminar tudo aquilo seria muito difícil, então eles decidiram aperfeiçoar garrafas de água de plástico, lembra Helminiak. “Poluição por plástico é um grande problema para os oceanos e a vida selvagem, que a Nomadix e nossos clientes buscam proteger”, conta.
“Poluição por plástico é um grande problema para os oceanos e a vida selvagem, que a Nomadix e nossos clientes buscam proteger”, diz Zack HelminiakTanta variedade – e desperdício – não fazia sentido para o trio de esportistas. “Essa especificidade de produtos não se encaixava no nosso estilo de vida e, além disso, comprar tantas toalhas não é algo que faça bem para o meio ambiente ou acessível a todos”, completa. O slogan da empresa, apropriadamente, resume a ideia: “Tenha menos. Faça mais”.
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Com US$ 100.000 levantados do Kickstarter e do Indiegogo, sites de financiamento coletivo, eles lançaram a Nomadix em 2014. A toalha, que está disponível por US$ 39,95, é antimicróbios, com secagem rápida, durável, resistente à areia e feita inteiramente de plástico reciclado em uma empresa que utiliza energia solar na China. (Eles tentaram fabricá-la nos Estados Unidos, admitem, mas os custos eram altos demais e os deixaria fora do mercado).
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Conforme a empresa cresce, indo além de suas origens em uma adormecida cidade do surfe, o trio tem um desafio, uma tática que é menos conhecida no mundo das startups: diminuir o ritmo. “Uma das partes mais difíceis de construir a Nomadix foi nos lembrarmos de desacelerar. Como uma empresa ativa nas mídias sociais e que colabora com outras marcas, nós temos muitas oportunidades vindo em nossa direção e que temos que recusar.’
Os empresários podem arcar com isso, porque a empresa não possui investimentos externos. A Nomadix ainda é controlada apenas por seus três cofundadores. A questão não é sobre conseguir investidores, Helminiak afirma. “O compromisso com um investidor nos traria mais ideias do que dinheiro. Nós fizemos esse negócio crescer com nada além de crowdfunding. Realmente queríamos conseguir tomar as decisões corretas, alinhadas com nossos valores e não apenas com taxas de crescimento ou margens de lucro.”
Algumas dessas escolhas fogem um pouco do tradicional para uma marca de varejo. A Nomadix acabou de começar, por exemplo, seu próprio podcast, apresentando o fotógrafo e entusiasta de preservações Chris Burkard. Outros convidados estão alinhados, caracterizando o trabalho de pessoas criativas e empreendedoras que estão integradas com indústrias voltadas ao ar livre e preocupadas com o meio ambiente.
Mas, além de um simples podcast, está a mais ambiciosa série de viagem, a “All The Places”. No primeiro episódio, a equipe da Nomadix viaja com seus amigos para a Colômbia, para um passeio de bicicleta em uma das mais majestosas fazendas produtoras de café do país. O primeiro parceiro deles na série é o Rosetta Stone, um software de ensino de idiomas. Helminiak afirma que eles queriam fazer algo que permitisse a conexão com públicos ao redor do país (eles saíram em turnê com o filme) e a construção de uma comunidade – além de apenas vender toalhas.
“Nós estamos tentando construir a empresa com uma abordagem que envolve três pilares – algo bom para nossos futuros funcionários, acionistas e meio ambiente”, conclui Helminiak. “A questão não é o dinheiro. E nós queremos nos divertir ao longo do caminho.”