Empresa mineira começa a mudar a indústria de energia elétrica

23 de setembro de 2017
Divulgação

Produção de filme fotovoltaico na mineira Sunew (Divulgação)

Em 2007, o engenheiro eletrônico pernambucano Tiago Maranhão Alves e alguns colegas de trabalho tiveram uma ideia luminosa: produzir em larga escala placas finas e flexíveis, feitas a partir de PET, que transformassem energia solar em energia elétrica da forma mais limpa possível. E que pudessem ser usadas em indústrias, prédios, casas, carros e gadgets em geral. Oito anos depois, em novembro de 2015, era inaugurada em Belo Horizonte a fábrica de filmes fotovoltaicos Sunew.

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Alves preparou-se bem antes de transformar a ideia em realidade. Fez MBA em Cambridge e especialização na Suíça. Firmou parceria com o fundo FIR Capital, o CSEM (Centre Suisse d’Electronique et de Micro-technique) do Brasil, o BNDES e o governo de Minas Gerais.

“Nosso objetivo era conceber a maior infraestrutura do mundo para a produção de filmes fotovoltaicos orgânicos (OPV, em inglês)”, conta o empreendedor, gabando-se de já ser o maior produtor mundial, à frente de Alemanha, Japão e França, apesar do número modesto de funcionários (60). “Foi a grande aventura da minha vida: construir uma coisa grande, transformadora, com grande potencial econômico. E dentro de um tema crítico para a humanidade”, afirma.

Um cartão de visita da tecnologia da Sunew é a nova sede da Totvs, em São Paulo. “Estamos falando com os maiores fabricantes de vidro do mundo”, conta Alves, explicando que o filme pode ser aplicado nas fachadas envidraçadas dos edifícios e nos automóveis – além do mobiliário urbano, como luminárias capazes de produzir energia individualmente.

A Sunew recebeu R$ 80 milhões de investimentos e calcula atingir o break even em 2018. “Hoje priorizamos o mercado brasileiro, Oriente Médio e Estados Unidos (porque não tem ninguém produzindo isso lá). Aliás, já fomos procurados por interessados dos Estados Unidos e da Europa”, garante o empreendedor.

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Alves imagina que, no futuro, com o barateamento dessa tecnologia, todas as casas poderão gerar sua própria eletricidade, a partir de janelas e telhados preparados para isso. “Pensando lá na frente, é possível que a energia elétrica se torne gratuita para todos.”