Tanto a gigante tecnológica quanto o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos e os funcionários do Serviço Interno de Receitas se recusaram a comentar o assunto. “Isso é, claramente, o resultado de uma legislação feita às pressas”, disse Shay, que já foi funcionário fiscal do Departamento do Tesouro.
LEIA TAMBÉM: 6 razões por que 2018 pode ser problemático para as gigantes de tecnologia
A lei proposta pelos republicanos foi a primeira grande vitória legislativa de Donald Trump desde que ele assumiu a Presidência, há quase um ano. A medida, que teve oposição unânime dos democratas, foi sancionada este mês.
Pela brecha na lei, é possível fazer uma manobra fiscal e transformar o dinheiro que seria taxado em 15,5% em ativos não monetários, ou seja, que não serão recebidos ou liquidados em dinheiro e que, por isso, passam a ser taxados em 8%. Dessa forma, as empresas conseguiriam pagar ainda menos imposto.
“Mesmo antes da legislação ter sido divulgada, em novembro, as multinacionais planejavam converter o lucro em ativos não monetários, embora não estivesse claro o que iria constituir o dinheiro para esse propósito”, disse Reuven Avi-Yonah, especialista em impostos na Faculdade de Direito da Universidade de Michigan.
VEJA MAIS: Novas tecnologias transformam as operações tributárias nas empresas
A nova lei diz que esse tipo de manobra pode ser desconsiderada pelas autoridades fiscais dos EUA. Mas especialistas em impostos afirmam que esta medida antiabuso não se aplica automaticamente e que os advogados tributaristas das empresas podem recorrer.