Construtora centenária Carillion vai à falência

15 de janeiro de 2018

A prioridade do governo é assegurar que os serviços públicos não sejam interrompidos (iStock)

A empresa britânica de construção Carillion entrou em colapso hoje (15) depois que bancos pararam de apoiar a companhia, desencadeando a maior falência do Reino Unido em uma década e forçando o governo a intervir para garantir serviços públicos que vão de refeições escolares a obras rodoviárias.

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A empresa de 200 anos entrou em liquidação compulsória depois que custosos atrasos em contratos e uma queda em novos negócios a deixaram com passivos de pelo menos £ 2,2 bilhões (US$ 3 bilhões).

A falência da Carillion ameaça prejudicar fornecedores menores, comerciantes, rivais e grandes bancos britânicos.

O colapso também traz dor de cabeça para o governo de Theresa May, que contratou a Carillion para trabalhar em 450 projetos, incluindo a construção e manutenção de hospitais, escolas, instalações militares e uma ferrovia de alta velocidade.

O governo também foi questionado pelo Partido Trabalhista, oposição, sobre por que concedeu à empresa £ 1,3 bilhão em contratos estatais depois que a Carillion entrou em dificuldades financeiras em julho de 2017.

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“Nos últimos dias, não conseguimos garantir o financiamento para apoiar o nosso plano de negócios”, afirmou o presidente do conselho, Philip Green.

A prioridade do governo é assegurar que os serviços públicos não sejam interrompidos, disse David Lidington, ministro encarregado do gabinete, que supervisiona o funcionamento do governo. Lidington incitou a equipe da Carillion a continuar trabalhando e disse que o governo pagará os salários dos empregados do setor público da empresa. Os funcionários do setor privado, no entanto, serão pagos pelo governo por apenas 48 horas. Alguns contratos tratados pela Carillion passarão para fornecedores alternativos, acrescentou.

A Carillion emprega cerca de 43 mil funcionários no mundo, incluindo 20 mil na Inglaterra. Nos últimos dias, bancos passaram a recusar o último plano de reestruturação e o governo decidiu não usar dinheiro de contribuintes para apoiar a companhia.

Os projetos da empresa incluem a Royal Opera House, de Londres; o túnel do Canal da Mancha, metrô de Copenhague, túnel rodoviário do canal de Suez e a Union Station de Toronto.