Por que a Internet das Coisas vai mudar o sistema de saúde

6 de fevereiro de 2018

O mercado da Internet das Coisas Médicas alcançará US$ 136,8 bilhões mundialmente até 2021 (iStock)

Apesar de a indústria da saúde estar sendo mais lenta do que as demais na adoção da Internet das Coisas (IoT, do inglês Internet of Things), complexa rede capaz de coletar e transmitir dados, espera-se que a Internet das Coisas Médicas (IoMT, Internet of Medical Things) transforme a maneira como mantemos as pessoas seguras e saudáveis, especialmente com o aumento da demanda por soluções que baixem o custo do serviço nos próximos anos.

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A Internet das Coisas Médicas pode ajudar a monitorar, informar e a notificar não só os profissionais, mas também os provedores de serviços com dados para identificar problemas antes de se tornarem críticos ou para permitir invenções antecipadamente.

Aumento gigantesco no número de dispositivos

Um relatório do Allied Market Research, empresa que oferece serviços de pesquisa, prevê que o mercado da Internet das Coisas Médicas alcançará US$ 136,8 bilhões mundialmente até 2021. Hoje, existem 3,7 milhões de dispositivos médicos em uso que estão conectados e monitoram diversas partes do corpo para informar decisões médicas. A IoMT está relacionada ao sistema de aparelhos e as aplicações que coletam informações que são, em seguida, transmitidas para sistemas médicos de TI através das redes online dos computadores.

Há diferentes realidades que possibilitaram esse aumento dramático, incluindo a acessibilidade de dispositivos e a diminuição do custo da tecnologia de sensores. Agora que a maioria dos aparelhos móveis das pessoas estão equipados com comunicação por campo de proximidade (Near Field Communication ou NFC) e identificação por radiofrequência (Radio Frequency Identification ou RFID), eles podem se comunicar com sistemas de TI. Além disso, os índices de doenças crônicas estão crescendo, e a demanda por melhores opções de tratamento e menores custos dos serviços torna mais atraente o uso de inovações que podem trazer resultados melhores e mais eficientes. A expansão da internet de alta velocidade, assim como políticas governamentais de regulamentação mais favoráveis, também contribuíram para a adoção da Internet das Coisas Médicas.

O envelhecimento da população mundial continuará a prejudicar o sistema de saúde

A Internet das Coisas Médicas pode ser a solução para aliviar a carga das comunidades que estarão sob maior estresse à medida que a população continua a envelhecer. Até 2025, 1,2 bilhão das 8 bilhões de pessoas no mundo será de idosos, o equivalente à população da Índia. As pessoas mais velhas tendem a ter mais problemas de saúde, o que aumenta os custos da indústria. Portanto, com o aumento da expectativa de vida, espera-se que os gastos com a saúde sejam mais altos.

A IoMT pode oferecer uma maneira melhor de tratar os idosos e tem um tremendo potencial para ajudar a lidar com os crescentes custos dos tratamentos. Os dispositivos podem ajudar a monitorar sinais vitais, desempenho cardíaco, níveis de glicose e outros sistemas do corpo, assim como o sono. Os idosos, muitas vezes, esquecem de tomar os remédios e os aparelhos podem ajudar a lembrá-los do horário e documentar as rotinas. Além disso, aparelhos portáteis de diagnóstico são capazes de realizar exames de sangue e facilitar os testes de urina, pois esse é um grupo de indivíduos com dificuldade para se locomover e que precisa realizar esses testes com mais frequência do que pacientes mais jovens.

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Seguir as ordens do médico

Apesar de todo mundo achar que a melhor funcionalidade da Internet das Coisas Médicas será ajudar no diagnóstico, seu maior uso – e também o de mais impacto – será garantir que o paciente siga as ordens do médico. A tecnologia não tem a intenção de substituir os provedores do serviço, mas de fornecer a eles dados para melhoria dos diagnósticos e planos de tratamento, assim como a redução de ineficiências e desperdícios. As instalações de saúde atualmente também vão usar a Internet das Coisas para ajudar a otimizar o trabalho, a gestão do inventário e a integração de dispositivos médicos.

Um aparelho médico conectado permite relatórios objetivos das atividades.Sem essas informações, é preciso confiar em relatos subjetivos dos pacientes para detalhar como eles se sentem. De forma similar, os dispositivos da Internet das Coisas Médicas ajudam a monitorar o comportamento e a atividade do paciente longe do consultório, assim o provedor terá dados reais para avaliar o paciente e como ele está aderindo ao que foi pedido.

Existem alguns dispositivos conectados que permitem um nível de vigilância interna como nunca antes e nos quais as tecnologias inteligentes foram adicionadas, como os marca-passos. Isso ajuda a equipe médica a monitorar o progresso da doença e ensina sobre coisas que poderiam afetar o tratamento e os pacientes.

Da criação de produtos farmacêuticos customizados até a determinação de planos de cuidado baseados em sistemas biológicos únicos de um determinado paciente, a Internet das Coisas Médicas abre portas para um sistema de saúde mais personalizado para cada indivíduo.

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