JV vai usar blockchain em rede de financiamento

12 de junho de 2018

Empresas têm aval do Cade para parceria em plataforma de commodities

O braço de comercialização da petroleira Shell, empresas de commodities e bancos internacionais receberam autorização do órgão brasileiro de defesa da concorrência para a criação de uma joint venture que visa desenvolver um sistema digital para a oferta de financiamentos para o setor baseado na tecnologia conhecida como blockchain.

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Segundo despacho do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no Diário Oficial da União ontem (11), o negócio foi aprovado sem restrições e envolve a Shell Trading e os bancos e empresas do setor ABN Amro, ING Bank, Societe Generale, BNP Paribas, CA Indosuez, Citibank, Macquarie, Rabobank, Natixis, a trading Mercuria e a certificadora SGS.

Cada um deles terá uma participação minoritária de 7,7% na joint venture, que irá desenvolver uma plataforma aberta de financiamento (Open Financing Platform – OFP) para servir como interface entre instituições financeiras que oferecem soluções de financiamento para comercialização de commodities de um lado e, de outro, plataformas de comercialização ou traders.

A sede da joint venture será em Genebra, na Suíça, e, segundo as empresas, a operação representa uma oportunidade para que os agentes do mercado de financiamento avancem para um sistema digital e seguro que possa conectá-los aos clientes do setor de commodities.

“A JV também será uma interface eficiente entre plataformas internacionais de comercialização de commodities, traders e instituições financeiras para permitir que clientes tenham acesso a serviços financeiros e expertise”, explicaram as empresas ao Cade.

A plataforma será baseada na tecnologia blockchain, a mesma que certifica transações com criptomoedas, podendo ainda utilizar outros recursos para proporcionar “um balcão único digital de soluções de financiamento de commodities”, segundo o órgão antitruste.

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Nos documentos enviados ao Cade, as empresas disseram que as soluções serão oferecidas em nível mundial, incluindo operadores no Brasil, e não haverá qualquer relação de exclusividade entre as instituições financeiras envolvidas e a joint venture.