BC foi rigoroso em acordo com a XP, diz CEO do Itaú

13 de setembro de 2018
Reuters

Candido Bracher não acredita que o Banco Central vai impedir que o Itaú Unibanco aumente sua participação na XP Investimentos

O presidente-executivo do Itaú Unibanco disse ontem (12) não acreditar que o Banco Central vai impedir que o banco aumente sua participação na XP Investimentos, desde que não busque uma posição de controle.

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Candido Bracher disse acreditar que o BC foi muito rigoroso no mês passado quando vetou a aquisição do controle da XP pelo Itaú, buscando proteger a competição no setor financeiro. Na ocasião, o BC disse que o Itaú poderia aumentar sua fatia de 40% em 2022.

A ação do Itaú com a XP revela desafios que bancos estão enfrentando com startups financeiras, conhecidas como fintechs.

Em uma conferência com investidores em São Paulo, Bracher disse que devido à concorrência com fintechs, as margens de rentabilidade de bancos devem cair.

“As fintechs estão escolhendo nichos onde bancos são menos eficientes”, disse ele, acrescentando que as empresas estão expondo as fraquezas dos bancos em termos de qualidade de serviços.

Ele também disse que os bancos enfrentam um ambiente regulatório mais desafiador do que no passado, particularmente em áreas onde startups financeiras estão atuando.

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Bracher disse que as fintechs estão expondo problemas de bancos em áreas como cartões de crédito ao conseguirem cobrar taxas menores e oferecer serviços de melhor qualidade.

Na mesma apresentação, o copresidente do conselho do Itaú, Roberto Setubal, disse a investidores e analistas que o banco estava tomando algumas medidas para manter a remuneração dos acionistas acima de 25% do lucro em 2018.

Ele mencionou que mesmo considerando o dólar a R$ 5, o banco poderá manter sua medida de capital tier 1 em 14,5%, acima do mínimo de 13,5%, definida no ano passado.