Shell, Exxon, BP e Chevron arrematam áreas no pré-sal

28 de setembro de 2018
Getty Images

Agora o pré-sal terá seis operadoras (Petrobras, Total, BP, Shell, Equinor e Exxon), nas áreas sob regime de partilha

A 5ª rodada de licitação de áreas de petróleo e gás no pré-sal, realizada na manhã de hoje (28), consolidou uma maior diversidade de petroleiras. A Petrobras, que já tem grandes áreas para serem desenvolvidas no pré-sal, teve participação tímida no leilão de blocos da região petrolífera altamente produtiva, em que arremataram áreas a anglo-holandesa Shell, a norte-americana Exxon Mobil, a britânica BP, a chinesa CNOOC e a colombiana Ecopetrol, que levou pela primeira vez áreas no pré-sal sob regime de partilha.

LEIA MAIS: Governo arrecada R$ 6,8 bi com venda de 4 blocos do pré-sal

A atuação da estatal brasileira, contudo, foi avaliada por autoridades até como positiva. Isso mostra que país não está mais na dependência de apenas uma empresa, disse o diretor-geral da ANP, Décio Oddone. “Mostra que o setor é muito maior que a Petrobras, por mais importante e simbólica que ela seja”, acrescentou Oddone, destacando que agora o pré-sal terá seis operadoras (Petrobras, Total, BP, Shell, Equinor e Exxon), nas áreas sob regime de partilha.

Ele estimou que, com os leilões desta sexta-feira, serão investidos no país em exploração e produção de petróleo cerca de R$ 1,8 trilhão, nos próximos dez anos, o que ajudará o país a se colocar entre os quatro maiores produtores de petróleo em meados da próxima década, dobrando sua extração. A licitação arrecadou para o governo brasileiro R$ 6,8 bilhões, apenas em bônus de assinatura — nas rodadas sob partilha ganha a disputa quem oferta a maior parcela de óleo.

Vencedores

O consórcio formado pelas petroleiras Shell e Chevron arrematou o bloco Saturno no pré-sal da Bacia de Santos, o primeiro a ser leiloado na licitação realizada pela reguladora ANP no Rio de Janeiro. O lance de Shell/Chevron somou 70,2% de excedente em óleo à União, versus percentual mínimo de 17,54%. A Shell é operadora de consórcio com a Chevron, com cada empresa tendo 50% de participação.

Já o consórcio formado por Exxon Mobil e QPI, do Catar, levou o bloco de Titã no pré-sal da Bacia de Santos, com lance de 23,49% de excedente em óleo à União, versus percentual mínimo de 9,53% — a norte-americana ficou como operadora do consórcio, com 64% de participação.

O consórcio formado pelas companhias BP Energy, Ecopetrol e CNOOC arrematou o bloco de Pau Brasil, também no pré-sal da Bacia de Santos, com lance de 63,79% de excedente em óleo, versus percentual mínimo de 24,82%. A BP Energy, operadora do consórcio vencedor, terá 50%, Ecopetrol, tem 20%, e CNOOC, 30%.

Já a Petrobras arrematou o bloco Sudoeste de Tartaruga Verde, no pré-sal da Bacia de Campos. A petroleira estatal foi a única a dar lance pelo bloco, oferecendo o percentual mínimo de 10,01% de excedente em óleo. A estatal tem interesse na área por já contar com concessão em um bloco adjacente.

No leilão do pré-sal anterior, realizado em junho, a Petrobras havia reafirmado seu domínio no pré-sal ao bancar lances elevados que garantiram à companhia o status de operadora dos consórcios vencedores nos três blocos que foram negociados.