Dólar passa por correção e fecha em alta ante real

19 de novembro de 2018

O dólar avançou 0,66%, a R$ 3,7645 na venda hoje

O dólar terminou o dia (19) em alta ante o real, num movimento de correção de parte da queda dos últimos dois pregões ampliado pela menor liquidez por conta do feriado doméstico no dia seguinte, sem perder o cenário externo do horizonte.

LEIA MAIS: Dólar sobe ante real com ajuste e liquidez menor

O dólar avançou 0,66%, a R$ 3,7645 na venda, depois de terminar a sessão anterior em queda de 1,12%, a R$ 3,7399. Na mínima, a moeda foi a R$ 3,7432 e, na máxima, a R$ 3,7739. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,50%.

“É normal, depois do recuo recente, haver alguma acomodação”, disse o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado, referindo-se às perdas da moeda nos dois últimos pregões.

A liquidez foi baixa na sessão, com muitos investidores emendando o feriado do Dia da Consciência Negra, que deixa os mercados fechados no dia seguinte. Na quinta-feira (22), é a vez de os mercados norte-americanos não abrirem devido ao dia de Ação de Graças – o que promete deixar toda a semana com liquidez curta.

O dólar bateu a máxima cotação da sessão ante o real à tarde, após declarações do presidente do Fed de Nova York, John Williams.

Um dos mais influentes membros votantes de política monetária do Federal Reserve, ele disse esperar a continuidade do ciclo de aumento gradual das taxas de juros no encontro do mês que vem, de modo a prolongar a expansão econômica dos EUA.

Isso suavizou a leitura dovish das falas de outros representantes do Fed, que animou os mercados nos últimos dias e sustentou o viés de baixa lá fora mais cedo.

VEJA TAMBÉM: Dólar fecha em baixa com novo BC e sinais do Fed

O dólar, que chegou a cair ante as divisas emergentes hoje, passou a subir com a notícia ante a maior parte delas, como o peso mexicano, embora tenha se mantido em queda ante a cesta de moedas.

Na sexta-feira (16), o recém-nomeado vice-chairman do Fed, Richard Clarida, havia alertado sobre uma desaceleração no crescimento global, dizendo que “isso é algo que será relevante” para as perspectivas para a economia dos EUA. E o presidente do Federal Reserve de Dallas, Robert Kaplan, em entrevista separada à “Fox Business”, também disse que está vendo uma desaceleração do crescimento na Europa e na China.

Do lado comercial, as relações entre China e EUA seguem instáveis, depois que as divergências entre ambos impediram que líderes da região Ásia-Pacífico chegassem a um acordo em um encontro em Papua Nova Guiné ontem (18) pela primeira vez em sua história.

Internamente, agradou a notícia de que o economista Roberto Castello Branco aceitou convite para comandar a Petrobras no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro, somando-se ao nome de Roberto Campos Neto como presidente do Banco Central.

“A escolha de Roberto Castello Branco é música para ouvido do mercado. O governo está formando um ‘dream team’, a nova equipe é bem animadora”, disse Alessie Machado, lembrando entretanto que é preciso ver os efeitos práticos no ajuste fiscal.

E TAMBÉM: Dólar recua ante real com Campos Neto à frente do BC

O Banco Central vendeu nesta sessão 13,6 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou US$ 7,480 bilhões do total de US$ 12,217 bilhões que vence em dezembro. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.