Itaú revisa estimativas e agora prevê Selic inalterada

9 de novembro de 2018

A instituição elevou seus cálculos para o crescimento do PIB no próximo ano

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A instituição elevou seus cálculos para o crescimento do PIB no próximo ano

A Selic deve permanecer inalterada não só no encontro de política monetária de dezembro, segundo mostram as apostas majoritárias no mercado de juros, como também em todo o ano de 2019, avaliou o banco Itaú Unibanco em novas projeções macroeconômicas divulgadas hoje (9).

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A instituição elevou suas estimativas para o crescimento do Produto Interno Bruto no próximo ano e ainda reduziu as contas para a inflação oficial e déficit primário. A aposta para a taxa de câmbio também ficou menor, mas em 2018.

“Dado o excesso de capacidade na economia, a visão do Copom de que os riscos para a inflação são menos assimétricos e suas previsões próximas do alvo para nos próximos anos, acreditamos que a política monetária pode estar em curso para hibernar no nível atual por algum tempo – salvo choques imprevistos”, escreveu a equipe de economistas liderada por Mario Mesquita.

Agora, o banco prevê que a Selic subirá para 8% apenas em 2020, ao invés do segundo semestre do ano que vem, como previa antes.

Para o PIB, a previsão do Itaú Unibanco é de um avanço mais rápido em 2019, de 2,50%, de 2% antes, sustentado por condições financeiras mais expansivas, embora os economistas tenham ponderado que esse cenário melhor depende da aprovação de reformas estruturais pelo Congresso.

O IPCA, o índice que baliza a meta perseguida pelo Banco Central, teve sua previsão para 2019 revisada para 4,2%, de 4,3% antes, bem perto do centro da meta de 4,25% ao ano, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

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A previsão para o déficit primário caiu para 1,3% do PIB no próximo ano, de 1,5%, em meio à expectativa de receitas extraordinárias. “Entretanto, a sustentabilidade da dívida vai exigir progressos nas reformas que reduzam os gastos fixos, como a reforma da Previdência”, insistiu a instituição.

Já no caso do dólar, o banco reduziu a R$ 3,75 o dólar no final deste ano, de R$ 3,90 antes, “refletindo a percepção do mercado de menores incertezas rondando a implementação de reformas”. Em 2019, no entanto, a instituição manteve o nível de R$ 3,90 anteriormente previsto.