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Em evento junto a representantes da Aeronáutica, na Base Aérea de Brasília, Bolsonaro disse que “seria muito boa essa fusão… mas é uma preocupação nossa daqui cinco anos tudo ser repassado para o outro lado. É um patrimônio nosso”.
Pelo estatuto da Embraer, após o acordo anunciado em 17 de dezembro, a União teria 30 dias para se manifestar sobre o acordo com a Boeing. Após esse prazo, o conselho de administração da empresa se reúne para ratificar o acordo e convoca uma assembleia de acionistas em que a União poderá ter mais uma chance de vetar a operação.
Para o economista-chefe da gestora Infinity, Jason Vieira, as declarações de Bolsonaro sobre preocupação com o futuro da Embraer abriram espaço para alguns agentes do mercado embolsarem lucros em meio à falta de notícias concretas sobre a fusão com a Boeing. “Ele (Bolsonaro) só está contradizendo o que já tinha dito antes e falta notícia mais concreta em relação ao futuro da empresa, por isso a realização de lucros”, disse Vieira.
A Embraer aceitou vender 80% de sua divisão de aviação comercial, a principal da empresa, para a Boeing. Um dispositivo do acordo permite que a Embraer possa mais adiante vender os 20% restantes da parceria à Boeing.
“Os comentários de Bolsonaro pesam um pouco… Qualquer ruído ou preocupação com a última proposta de fusão mexem na ação, embora não atrapalhem (o acordo)”, disse o analista da Guide Investimentos Rafael Passos. “Não vejo nenhum motivo para ele barrar a operação, mas é um ruído que mexe no papel.”
No final do ano passado, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) derrubou uma segunda liminar que suspendia a negociação entre a Embraer e a Boeing.
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