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Autoridades japonesas acusaram Ghosn de omitir parte de sua renda e de agravada violação de confiança por transferir temporariamente perdas pessoais com investimentos para a Nissan em 2008.
Ghosn era responsável por uma aliança que incluía a Nissan Motor, a Mitsubishi Motors e a francesa Renault, até que sua prisão em novembro e subsequente remoção dos cargos de presidente do conselho das montadoras chocou a indústria.
O governo tem negado pedidos para suspender a detenção do executivo, preso desde 19 de novembro. Os advogados de Ghosn têm dito que provavelmente demorará mais de seis meses para que seu caso vá a julgamento.
O Ministério de Relações Exteriores do Japão disse que os direitos de Ghosn são garantidos pelas leis do país. “Ele está sendo tratado de acordo com o procedimento apropriado, garantindo os direitos humanos fundamentais dos indivíduos e passando por rigoroso exame judicial de acordo com relevantes leis internas do Japão”, disse o porta-voz do ministério Natsuko Sakata, por e-mail.
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Autoridades da Human Rights Watch não puderam ser encontradas para comentar a carta vista pela Reuters ontem (13), mas o diretor da organização para a Ásia, Brad Adams, disse em editorial na quinta-feira (10) que o caso de Ghosn “lançou luz” sobre o há muito negligenciado sistema judicial de “reféns” do Japão.
O ex-executivo da Nissan está sendo mantido em uma cela não aquecida de 6,97 metros quadrados e não está tendo acesso a sua medicação diária, disse sua mulher na carta. Ele perdeu 7 kg desde que foi preso e só come arroz e cevada, acrescentou.
Ghosn disse ter sido “incorretamente acusado e injustamente detido com base em acusações infundadas e sem mérito”, durante audiência em Tóquio na semana passada, sua primeira aparição pública desde novembro, na qual aparentou estar consideravelmente mais magro.