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O objetivo da unidade, que teria capacidade para atender mais de um terço do consumo paraguaio de diesel fóssil, segundo a empresa, é vender a produção do combustível renovável na exportação, obtendo com isso retornos mais altos, possíveis graças a uma demanda de países que têm compromissos para a reduzir emissões de gases poluentes. Segundo Battistella, que também é parceiro da Petrobras em outro empreendimento, a produtora de biodiesel convencional BSBios, o acordo com o governo paraguaio foi assinado após quase oito meses de estudos de viabilidade técnica e econômica.
A unidade deverá ser instalada no município de Villeta, às margens do Rio Paraguai, e contará com um terminal logístico rodoviário e portuário, com escoamento da produção por hidrovia. Ele disse que o governo do Paraguai se comprometeu a dar apoio legal, em um país que, segundo ele, já é bastante “pró-negócios”.
Haverá a necessidade, por exemplo, da criação de um marco legal para combustíveis avançados. “A rota mais utilizada para a produção de hidrogênio é à base de gás natural. No Paraguai, como tem grande produção de energia e disponibilidade de água, vamos produzir o hidrogênio azul, à base de água. A estimativa inicial é que teremos o projeto mais verde do mundo, não tem notícia de tal projeto no Hemisfério Sul”, disse ele.
Questionado se o projeto demandará subsídios para um consumo de 300 megawatts-hora de energia, ele afirmou apenas que está dialogando com o governo daquele país para ter garantia de suprimento. “O Paraguai já tem um preço de energia atrativo comparado com outros países. Estamos trabalhando para a energia elétrica não ser um problema, não há um subsídio, mas há uma estruturação de projeto, para que o preço que é competitivo se mantenha, para dar segurança…”, disse.
De qualquer forma, a demanda da unidade equivaleria a cerca de 20 por cento da produção paraguaia de soja, considerando dados da safra atual.
O Brasil, que colhe mais de dez vezes a produção de soja do Paraguai, também teria potencial para desenvolver o diesel renovável, algo que começará a ser discutido com a implementação do programa RenovaBio, segundo o empresário.
“Defendo essa tese, de que países do cone sul podem se transformar nos Emirados Árabes dos biocombustíveis, pelo etanol, biodiesel e os avançados…”, afirmou.
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