Dólar sobe ante real

7 de fevereiro de 2019
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Às 10h52, a moeda norte-americana avançava 0,30%, a R$ 3,7175 na venda

O dólar avança ante o real hoje (7), com certo receio quanto à tramitação da reforma da Previdência no Congresso em dia de mais articulações entre Executivo e Legislativo e cautela no exterior após dados fracos da indústria alemã.

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Às 10h52, a moeda norte-americana avançava 0,30%, a R$ 3,7175 na venda, após fechar na véspera com alta de 1,09%, a R$ 3,7065. O dólar futuro operava em alta de cerca de 0,7%. A divisa norte-americana também subia quase 0,2% ante uma cesta de moedas.

Do lado doméstico, deve persistir o sentimento do pregão anterior, quando surgiu algum receio entre investidores de que a votação da reforma da Previdência pode não vir com a rapidez esperada, como o prazo de julho, estimado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

“O mercado reviu a questão da votação da Previdência e acha que em abril não vai dar [para votar na Câmara]. Depois que viu que vai começar do zero, que não vai começar da proposta do Temer, acho que deve ser muito difícil cumprir o prazo de abril”, afirmou Jaime Ferreira, diretor de câmbio da Intercam Corretora.

O ceticismo também deixa investidores estrangeiros reticentes em voltar ao mercado brasileiro, avaliam especialistas.

Ainda segundo alguns agentes, pesam contra o governo as divergências nas falas de autoridades e também o tom agressivo de parlamentares aliados do presidente Jair Bolsonaro contra a oposição, o que pode minar alguns votos importantes para chegar à maioria.

Uma fonte da equipe econômica disse à Reuters na véspera que o governo avalia que garantir a aprovação da reforma da Previdência é mais importante do que tramitá-la rapidamente.

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Fato é, conforme declarações de Paulo Guedes, que a matéria só começará a avançar quando Bolsonaro, internado em São Paulo e ainda sem previsão de alta depois de uma cirurgia, voltar a Brasília. A palavra final é dele, garantiu o ministro.

Como ponderou o economista e diretor executivo da corretora NGO, Sidnei Moura Nehme, em nota, “tudo sugere que esteja ocorrendo um movimento corretivo dos exageros havidos”, motivado justamente por um otimismo excessivo quanto à reforma da Previdência nos últimos pregões.

No exterior, o mercado observa uma queda inesperada na produção industrial da Alemanha, maior economia da Europa, em dezembro, quarto mês consecutivo de queda. O dado divulgado nesta quinta-feira endossa temores de desaceleração econômica também na Europa.

Mas investidores ainda desfrutam de leve bom humor com a economia dos EUA após fortes dados de emprego, divulgados na semana passada. Ontem (6), o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, disse que a economia norte-americana está em boas condições e se mostrou resiliente até agora a choques como a decisão do Reino Unido de sair da União Europeia.

O Banco Central realiza hoje leilão de até 10,33 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de março, no total de US$ 9,811 bilhões.