Ibovespa cai 3,7% e fecha abaixo de 95 mil pontos

6 de fevereiro de 2019
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Movimento generalizado de realização de lucros afetou ações de bancos

A bolsa paulista fechou com o Ibovespa em queda de quase 4% hoje (6), em meio a movimento generalizado de realização de lucros, que alvejou principalmente ações de bancos, enquanto a Vale seguiu pesando em razão dos desdobramentos da tragédia em Minas Gerais, que já deixou 150 mortos.

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Índice de referência do mercado acionário, o Ibovespa caiu 3,74%, a 94.635,57 pontos, maior queda percentual diária desde maio de 2018. O volume financeiro somou R$ 17,27 bilhões.

A queda ocorre após o Ibovespa acumular alta de 11,86% no ano até ontem (5), tendo renovado máximas históricas repetidamente. Na segunda-feira (4), atingiu novo recorde para fechamento, a 98.588,64 pontos.

Agentes financeiros também encontraram no noticiário sobre a reforma da Previdência argumento para vendas, em meio a especulações de que a tramitação e aprovação do texto demore mais do que se previa.

Na véspera, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a reforma da Previdência do presidente Jair Bolsonaro não pode ir direto ao plenário da casa mesmo que o governo lance mão de proposta que já tramita no Congresso.

O mercado brasileiro reagiu positivamente ontem ao alinhamento sinalizado por Maia e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, após reunião sobre o tema, mas, nesta sessão, focou no possível atraso do andamento da reforma.

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“A bolsa estava buscando um motivo para realizar, e a chance de o processo de aprovação da reforma se estender mais que o esperado é suficiente para um ajuste negativo, após ganhos fortes neste começo de ano”, disse um operador.

Na visão do estrategista Dan Kawa, sócio na TAG Investimentos, “com a perspectiva de um longo caminho para a aprovação das reformas, o mercado parece fazer um movimento natural de realização de lucros”, conforme nota enviada a clientes nesta tarde.

Ele disse que não vê mudança no cenário estrutural mais positivo para o país, mas reforça que o caminho não será linear.

O quadro externo pouco favorável chancelou as perdas locais, com o dólar valorizando-se globalmente, enquanto Wall Street tinha uma sessão negativa, com notícias corporativas e à espera de novidades sobre as negociações EUA-China.