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O maior banco privado do Brasil previu que sua carteira de crédito crescerá entre 8% e 11% neste ano, mais que a expansão de 6,1% observada em 2018, mas abaixo das projeções de concorrentes, segundo analistas.
“Com a notável exceção das margens, todas as outras previsões são mais fracas do que os níveis sinalizados por rivais”, escreveu o analista Carlos Macedo, do Goldman Sachs, em nota a clientes, dizendo que a estimativa era decepcionante
Mas para o presidente-executivo do banco, Candido Bracher, as metas do Itaú não foram conservadoras. “Elas implicam um retorno sobre o patrimônio de 24%”, disse a jornalistas. Em 2018, a rentabilidade do banco foi de 21,9%, já a mais alta entre os maiores bancos brasileiros.
Ontem (4), o Itaú Unibanco anunciou lucro recorrente de R$ 6,478 bilhões no quarto trimestre, alta de 3,15% ante a mesma etapa de 2017 e em linha com a média das previsões de analistas, conforme dados da Refinitiv.
EMPRÉSTIMOS MAIS ARRISCADOS
Bracher disse que a carteira de crédito crescerá em linhas com risco maior de inadimplência, principalmente para pessoas físicas e pequenas empresas.
“A qualidade do ativo deve melhorar, é por isso que o banco crescerá em linhas de crédito que não têm colateral”, disse o executivo, citando cartões de crédito e empréstimos pessoais.
Em meio à recessão, o Itaú Unibanco voltou-se para linhas de crédito mais seguras, como o consignado e o imobiliários. Agora, a mudança para linhas de crédito mais arriscadas e a expansão na carteira de crédito deve expandir a margem financeira – diferença entre o que o banco paga para captar e o que cobra dos clientes em empréstimos – de entre 9,5% e 12,5 % em 2019.
Bracher disse ainda que o banco seguirá contratando pessoas para venda de seguros e cartão de crédito, o que deve elevar as despesas em 2019.
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