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A atuação do BC não foi conjugada com nenhum outro instrumento. Foi a primeira vez em dez anos que a autoridade monetária recorreu a uma oferta direta de dólar no mercado spot sem relação com outras ferramentas e sem compromisso de recompra.
O dólar à vista subiu 0,45%, a R$ 4,1581 na venda. É o maior patamar desde 14 de setembro de 2018 (R$ 4,1667 na venda). Na máxima intradiária, a cotação bateu R$ 4,1956 na venda. Pela taxa de compra, o pico foi de R$ 4,1943, maior patamar durante os negócios desde 17 de setembro do ano passado (R$ 4,2033 na compra).
Foi justamente depois de o dólar bater essa máxima que o BC anunciou a operação de venda de dólar à vista.
Para analistas, a atuação do BC adiciona um fator “imprevisibilidade” no mercado, o que pode ter efeito de impor um “teto” para o dólar.
“O BC mostrou os dentes”, disse Italo Lombardi, estrategista para mercados emergentes do Crédit Agricole em Nova York. “O BC colocou seu limite, percebeu que o movimento estava exagerado”, acrescentou.
A atuação extraordinária ocorreu após o salto do dólar na esteira de comentários do presidente da instituição, Roberto Campos Neto, que foram interpretados como sinal de falta de disposição da autarquia em atuar de forma mais incisiva no câmbio.
“O real nos últimos dias tem tido desvalorização um pouquinho acima, mas está bem dentro do padrão normal”, disse Campos Neto em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, nesta terça-feira.
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