CEO da Nike, Mark Parker, deixa o cargo em janeiro

22 de outubro de 2019
ReproduçãoForbes

Parker se afastará em 13 de janeiro, mas continuará a supervisionar o conselho como presidente-executivo

Resumo:

  • O CEO da Nike, Mark Parker, anunciou hoje (22) que vai deixar o cargo;
  • Parker ingressou na empresa em 1979 e se tornou CEO em 2006;
  • A Nike contratou um dos membros do conselho, John Donahoe, para substituí-lo;
  • Embora a Parker tenha presidido a empresa em um momento de forte crescimento, a companhia também enfrentou polêmicas sobre doping e direito das mulheres durante sua gestão.

O CEO da Nike, Mark Parker, está deixando o cargo depois de mais de uma década administrando a maior empresa de roupas esportivas do mundo, segundo comunicado divulgado hoje (22).

Parker ingressou na empresa em 1979, subiu na hierarquia e foi nomeado CEO em 2006. Ele se afastará em 13 de janeiro, mas continuará a supervisionar o conselho como presidente-executivo.

A Nike contratou um dos membros do conselho, John Donahoe, para substituí-lo. Donahoe, 59 anos, atualmente atua como CEO da ServiceNow e anteriormente passou vários anos dirigindo o eBay. Ele é membro do conselho da Nike desde 2014 e também presidente do conselho do PayPal.

Em um comunicado, Parker apontou a “experiência” de Donahoe em comércio digital e tecnologia e disse que “é ideal para acelerar nossa transformação digital”

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Embora a Parker tenha presidido a empresa em um momento de forte crescimento das vendas e um aumento no preço das ações, a Nike também enfrentou várias controvérsias nos últimos anos sob sua supervisão. No início deste mês, descobriu-se que o executivo tinha um link direto com um escândalo de doping. De acordo com a Agência Antidoping dos Estados Unidos, ele foi incluído em vários e-mails que descreviam os esforços em andamento de Alberto Salazar, um treinador da marca, para encontrar uma droga que melhorasse o desempenho e não desse positivo em testes de doping.

Em 2018, duas ex-funcionárias processaram a Nike, acusando a empresa de ter cultura tóxica no local de trabalho, onde assédio sexual e discriminação de gênero não eram incomuns. Elas alegaram que a Nike costumava contratar mulheres com salários mais baixos que os homens e as promovia com uma frequência muito menor. As mulheres também disseram que os incidentes de assédio sexual relatados foram ignorados ou tratados sem a devida atenção. As alegações abalaram a empresa, provocando um pedido de desculpas de Parker e a saída de vários executivos, incluindo Trevor Edwards, presidente da companhia e considerado um dos nomes para suceder Parker.

Nos últimos meses, várias atletas, tanto em contrato vigente quanto ex-patrocinadas pela Nike, disseram que foram penalizadas financeiramente quando engravidaram. A empresa respondeu, ajustando sua política para que as patrocinadas não sejam “impactadas financeiramente pela gravidez” por 18 meses, em vez dos 12 meses cobertos sob a política anterior.

A demissão de Parker ocorre no mesmo dia em que Kevin Plank, o bilionário fundador e CEO da Under Armour, anunciou que também renunciaria ao cargo em janeiro.

Parker, que passou pela Penn State (Universidade Estadual da Pensilvânia) e ingressou na Nike como designer de calçados, foi escolhido para liderar a empresa pelo cofundador Phil Knight em 2006. Desde então, a receita da companhia mais do que dobrou, passando de US$ 15 bilhões para US$ 39 bilhões. Os investidores aumentaram consistentemente o preço das ações ao longo dos anos e hoje a empresa comanda uma capitalização de mercado de quase US$ 150 bilhões.

As ações da Nike subiram 1% nas negociações após o horário comercial da terça-feira. Enquanto isso, as da ServiceNow caíram 10%.

 

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