A empresa, que já usa no complexo fabril sistema de consórcio de fornecedores na produção de veículos a diesel, escolheu como parceiros na produção de caminhões elétricos e também de sistemas de recarga de baterias as alemãs Siemens e Bosch, a sueca Semcon, a chinesa CATL e as brasileiras Moura e WEG.
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A empresa tem um acordo preliminar com a cervejaria Ambev para a venda de 1.600 caminhões elétricos com entrega das primeiras unidades a partir do final de 2020.
“A ideia é utilizarmos a linha de caminhões atual de Resende, mas com uma bifurcação para a parte da eletrificação”, disse Cortes, explicando que as baterias serão fornecidas via importação pela CATL, enquanto o motor elétrico será da WEG e a infraestrutura para postos de recarga a serem instalados pelos clientes será da Siemens. Atualmente, a fábrica da Volkswagen Caminhões e Ônibus em Resende tem capacidade para produção de 100 mil caminhões a diesel por ano.
“A única forma de se fazer (viabilizar caminhões elétricos) é com parcerias”, disse Cortes, citando dificuldades de ganhos de escala na tecnologia de veículos pesados elétricos. Ele afirmou que um modelo elétrico tem preço que pode ser mais que duas vezes maior que de veículos a diesel. “Só a bateria é quase o preço de um caminhão”, comentou, sem precisar valores.
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O executivo afirmou que até o final deste ano a Volkswagen Caminhões e Ônibus deverá anunciar novos clientes para seu caminhão elétrico, capaz de transportar 11 toneladas em ambientes urbanos. “Estamos conversando com vários clientes. Não só no Brasil como na América Latina”, disse Cortes, evitando mencionar nomes ou volumes de veículos negociados.
Mais adiante, entre um ano e um ano e meio depois do início da produção dos caminhões elétricos, a montadora deverá iniciar a montagem de ônibus elétricos, em parceria com os mesmos fornecedores, com exceção da carroceria, disse Cortes. “Já temos clientes interessados, estamos analisando alguns para testar em condições reais”, disse Cortes, citando a Eletra, de São Bernardo do Campo (SP).
Segundo Cortes, o mercado segue com movimento de substituição de veículos mais antigos, comprados por volta do pico do setor em 2011, por mais novos, aproveitando ainda a redução de taxas de juros da economia.
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“Desde meados de 2017 estamos passando por essa recuperação. Com a redução da taxa de juros, a equação financeira [de compra de caminhão novo] se paga com o que se deixa de pagar em manutenção do antigo”, disse o presidente da Volkswagen Caminhões e Ônibus.
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