Em 2020, a FCA vai produzir mais motores, vai lançar uma versão modernizada de um de seus principais modelos, atrair mais fornecedores para seu complexo fabril no Nordeste e iniciar testes de mercado no segmento de veículos elétricos no país, afirmou hoje (12) o presidente da FCA para América Latina, Antonio Filosa.
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“O motor de crescimento da região será o Brasil”, disse o executivo, referindo-se à expectativa da empresa de expansão de 1,5% nas vendas de veículos na América Latina em 2020, para 4,2 milhões de unidades. Isso porque o segundo maior mercado da região, a Argentina, deverá ter uma retração entre 10% e 15%, enquanto outros países terão desempenhos estáveis.
“Estamos agora em momento de saber se é hora para investir ou não nos próximos cinco anos na região. Para o Brasil, o momento é de crescimento, e a Argentina deve voltar a crescer no futuro”, disse Filosa, sobre os planos de desembolso do grupo, que envolvem R$ 14 bilhões entre 2018 e 2024 na região.
“Sobre a Argentina, para o futuro, faz sentido ter presença industrial porque é um país com 44 milhões de habitantes, com poder aquisitivo um pouco maior que o Brasil”, disse o executivo ao ser questionado sobre eventual fechamento de fábricas na região em meio aos planos de fusão com a PSA.
A Fiat é, atualmente, a terceira maior vendedora de veículos do Brasil, atrás de General Motors e Volkswagen. Alguns anos atrás a marca era a líder, posição que sustentou por mais de uma década e que foi perdida enquanto o grupo investia no complexo fabril de Goiana (PE) para abrigar a chegada da marca de utilitários esportivos Jeep. Juntas, Fiat e Jeep superaram no ano passado as vendas de GM e Volkswagen, em meio ao forte interesse do mercado nacional por SUVs, segmento que a Fiat ficou praticamente de fora.
Porém, Filosa afirmou que, além da nova picape Fiat Strada no segundo trimestre deste ano, que exigiu investimento bilionário do grupo, a marca vai lançar entre 2021 e 2022 dois modelos SUVs, com o primeiro sendo posicionado abaixo do preço dos modelos da Jeep.
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Enquanto isso, em Goiana a empresa vai elevar o número de fornecedores locais até 2024 de 17 para 50, o que deve gerar uma queda nos custos da fábrica, que hoje trabalha com um nível de nacionalização de componentes de 30% ante 70% de média da FCA no Brasil.
O aumento dos fornecedores ajudará a empresa também a elevar a produção da unidade pernambucana. Para este ano, a previsão é chegar a 250 mil veículos ante 220 mil em 2019.
Em Betim, que tem capacidade para produzir 600 mil veículos por ano, a nova Strada vai ampliar a utilização da fábrica ao conviver com a versão anterior do modelo, disse Filosa. “Para termos uma boa operação em Betim, o ideal é produzirmos 450 mil veículos por ano. Este ano, a produção será cerca de 400 mil, em 2021, com as SUVs, vai passar de 450 mil”, afirmou o executivo.
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Sobre a situação de fornecimento de peças importadas da China para a FCA na América Latina, por conta da epidemia do novo coronavírus, Filosa evitou fazer comentários. “Estamos fazendo reuniões diárias sobre o assunto. Tem problema para uma fábrica na Europa, aqui [no Brasil] estamos monitorando.”
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