Em seu relatório de desempenho financeiro publicado ontem (20), a companhia reportou baixas contábeis de US$ 4,2 bilhões entre outubro e dezembro em ativos da Vale Nova Caledônia e da mina de carvão de Moçambique.
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“Dessa forma, a Vale revisou seu plano de negócios, reduzindo os níveis de produção esperados para a vida útil restante da operação”, disse a companhia.
No segmento de carvão, houve uma reavaliação das expectativas relacionadas ao yield de carvão metalúrgico e térmico nas operações em Moçambique, a revisão do plano de lavra, que levou a uma redução nas reservas provadas e prováveis, e a redução da premissa de preços no longo prazo.
No quarto trimestre, a empresa também considerou uma provisão de US$ 671 milhões relacionada ao plano de descaracterização de barragens, colocado em prática após o colapso de barragem em Brumadinho (MG), há cerca de um ano. Uma provisão de US$ 227 milhões também foi considerada no resultado trimestral da companhia por acordos firmados.
O Ebitda ajustado do segmento de minerais ferrosos foi de US$ 4,538 bilhões no quarto trimestre, em linha com o trimestre anterior, apesar de menores preços de venda, o que foi parcialmente compensado por maiores volumes de venda, menores custos e maiores dividendos recebidos.
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No quarto trimestre, o preço de finos de minério de ferro (CFR/FOB) realizado da Vale totalizou 83,5 dólares/tonelada, versus US$ 89,2 no terceiro trimestre e US$ 68,4 no mesmo período do ano anterior.
PRÊMIO
Já o prêmio de qualidade total de finos de minério de ferro e pelotas somou US$ 6,4 por toneladas no quatro trimestre, ante 11,5 dólares/tonelada no mesmo período do ano anterior.
No ano, o prêmio também caiu, para 8,3 dólares/tonelada em média, ante US$ 10,2 em 2018.
RESULTADOS DO ANO
No acumulado de 2019, a mineradora registrou prejuízo líquido de US$ 1,68 bilhão, comparado a um lucro líquido de US$ 6,86 bilhões em 2018, diante principalmente de provisões e despesas relacionadas ao desastre em Brumadinho e também devido ao rompimento anterior, de uma estrutura da joint venture Samarco, em 2015.
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Os resultados financeiros líquidos representaram uma perda de US$ 3,413 bilhões, ficando US$ 1,544 bilhão abaixo do que em 2018, principalmente por menores despesas com variação cambial no ano, com a adoção do investimento líquido em hedge, que foram parcialmente compensados por maiores despesas de marcação a mercado das debêntures participativas.
Os investimentos em 2019 permaneceram em linha com 2018, totalizando US$ 3,704 bilhões, sendo US$ 544 milhões em execução de projetos e US$ 3,160 bilhões em manutenção de operações.
Em 2020, a Vale espera investir US$ 5 bilhões, o que significará um aumento de 35% em relação a 2019, principalmente para impulsionar o uso do sistema de filtragem e empilhamento a seco.
Entretanto, levando em consideração obrigações de arrendamentos e Refis, além de provisões de Brumadinho e obrigações com a Samarco, o valor total seria de US$ 17,75 bilhões em 31 de dezembro de 2019.
O Ebitda ajustado da empresa em 2019 somou US$ 10,585 bilhões, queda de 36,2% ante o mesmo período do ano anterior.
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