O Ministério da Economia anunciou hoje (20) corte na projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2020 a 0,02%, ante alta de 2,1% indicada há dez dias, numa mostra da rápida deterioração das expectativas em meio ao avanço do coronavírus e seu dramático impacto na economia.
Apesar da forte revisão, o dado ainda está mais otimista que o divulgado por uma série de instituições financeiras que refizeram suas contas, com boa parte delas prevendo uma contração da economia neste ano.
Na mais recente pesquisa Focus, que reflete dados coletados há uma semana, a expectativa do mercado ainda era de crescimento de 1,68% do PIB.
Em nova grade de parâmetros, o time econômico agora vê alta de 3,05% do IPCA neste ano, contra percentual de 3,12% antes.
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No primeiro relatório bimestral de receitas e despesas, também divulgado nesta sexta-feira, o governo reduziu a expectativa de receita líquida de transferências em R$ 31,222 bilhões em relação ao total calculado no Orçamento, a R$ 1,324 trilhão
Esse dado, contudo, não considerou os novos parâmetros macroeconômicos, mas os antigos, anunciados em 11 de março. Por conta disso, a previsão já não reflete a deterioração já vista pelo governo em relação a variáveis que impactam diretamente sua arrecadação.
Para as despesas no ano, em análise também baseada em parâmetros antigos, o governo elevou seu cálculo em R$ 6,331 bilhões, a R$ 1,486 trilhão.
Mais cedo nesta semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, já havia indicado que o contingenciamento requerido ficaria por volta de R$ 40 bilhões, o que considerou inviável dado o cenário desafiador colocado pela necessidade de enfrentamento ao coronavírus, tanto em termos de saúde pública, como em termos econômicos.
Por isso, o governo encaminhou ao Congresso um pedido de estado de calamidade pública que o dispensa da necessidade de cumprimento da meta fiscal deste ano, o que abre caminho para que eleve gastos. O pedido já foi aprovado pela Câmara dos Deputados e também pelo Senado.
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