Em entrevista ao programa “Poder em Foco” exibida pelo SBT na madrugada de hoje (20), Campos Neto também avaliou que o cenário econômico do país “se deteriorou” desde a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e disse achar que uma melhora da atividade deve vir no último trimestre, “obviamente de uma base muito baixa”. “A dúvida é o terceiro trimestre, o quanto vai ser impactado (…) e a extensão do estrago que vai ter.”
“Todos nós identificamos a doença: o Brasil tem um crescimento baixo e a gente quer que suba. Às vezes existe uma diferença em identificar qual é o remédio”, afirmou o presidente da autarquia. “Tem pessoas que dizem que o remédio é colocar os juros o mais baixo possível. Mas se o mercado tiver uma situação em que o movimento de juros faça com que você tenha um efeito lá na ponta diferente do que você gostaria, então você não deu o remédio correto para aquela doença. Acho que aí é onde mora o debate.”
Questionado sobre se a taxa de câmbio com o dólar cotado a mais de R$ 5 é o “novo normal”, Campos Neto disse ser “difícil dizer”. “Vale lembrar que a saída de capital que nós tivemos de mercados emergentes nessa crise, em alguns blocos de emergentes, foi dez vezes pior que 2008 se você olhar a dimensão tempo e quantidade. As moedas de mercados emergentes se desvalorizaram. A do Brasil se desvalorizou um pouco mais e obviamente tem aí toda a percepção do que vai ser o novo equilíbrio fiscal. Se a gente vai conseguir ter um equilíbrio fiscal que a gente faça um desvio e depois volte para a rota ou se realmente esse desvio vai ser mais um pouco mais longo. Isso tudo está no preço da incerteza.”
Segundo o presidente do BC, o potencial de todas as medidas anunciadas pela autarquia para conter os efeitos da Covid-19 chega a 16% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, enquanto a média observada nos mercados emergentes como um todo não chega a 5%.
Campos Neto também afirmou que a proposta, dividida em dois projetos de lei – um na Câmara dos Deputados e um no Senado -, da independência do BC está “madura” e “tem tudo para ser aprovada” quando o Legislativo puder encarar outras prioridades além da proteção à renda, ao emprego e às empresas do país durante a pandemia do novo coronavírus. (Com Agência Estado)
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.