Mesmo morando 13 anos no exterior, ela acompanhou de perto como o setor se desenvolveu no país e como o Brasil se transformou em um dos principais produtores de alimentos do planeta. “Tenho orgulho de ver como ele cresceu e se modernizou. É preciso tirar o chapéu para nossos agricultores e nossas entidades de pesquisa. Sempre tive certeza da vocação do país”, diz a executiva. “Se há um setor onde temos vantagem competitiva em relação aos nossos competidores globais, é o agronegócio. A produção cresceu muito sem aumentarmos, na mesma proporção, a área cultivada. Isso é produtividade na veia, fruto de muita pesquisa e tecnologia.” E ainda há muita margem para crescer, principalmente com o uso intensivo de tecnologia. “Uma extensa área no campo ainda não é servida como deveria pela internet”, avalia. Atenta à intersecção da agenda do agro com a ambiental, Sylvia sabe que eles não são assuntos excludentes. “Na verdade, não são duas agendas. Não é um ‘ou’ outro; é um ‘e’ outro. Com o nosso Código Florestal, os grandes exportadores já sabem que, sem o selo verde, não vamos a lugar nenhum. A agricultura tem um papel primordial na questão climática – no Brasil, 70% das emissões vêm do uso da terra.” Ela acha que podemos seguir crescendo sem a necessidade de desmatar, remunerando quem preserva a floresta em pé. “Vejo o interesse de fundos internacionais nesses serviços ambientais e nos créditos de carbono. Temos um dos maiores ativos ambientais do planeta.”
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Outra notícia divulgada pelo UBS no início de novembro foi a assinatura de um acordo vinculante para estabelecer uma parceria estratégia com o Banco do Brasil, fornecendo serviços de banco de investimento e corretagem institucional e aproximando-o ainda mais do segmento agro.
Tal proximidade também fica evidente com o estudo que o UBS realiza, em parceria com a Fundação Dom Cabral, para retratar como está organizada a governança dos negócios e das famílias do agro brasileiro. “O Brasil pode se transformar em um líder em finanças verdes e tornar-se um polo de atração de recursos internacionais comprometidos com a diminuição das emissões de carbono. Somado a isso, temos juros cada vez mais baixos, atingindo níveis históricos. Estamos em um ponto de inflexão no mercado de capitais no Brasil, e isso também trará impactos muito positivos para o agronegócio”, conclui.
Reportagem publicada na edição 73, lançada em dezembro de 2019
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