A Blue Origin, de Jeff Bezos, perdeu nos resultados anunciados pela Força Aérea dos EUA no final da semana passada, e o CEO Bob Smith admitiu que ficou “decepcionado” com a decisão, alegando que a Blue Origin havia feito uma “oferta irresistível” para o contrato.
LEIA MAIS: Astronautas da NASA completam missão no espaço a bordo da cápsula SpaceX
Dinheiro do contribuinte, no espaço
Na sexta-feira (7), a SpaceX de Musk e a United Launch Alliance –uma joint venture entre a Lockheed Martin e a Boeing– ganharam dois contratos para serviços de lançamento do governo norte-americano no valor total de US$ 653 milhões de início em 2022, por um período de cinco anos.
Chamado formalmente de National Security Space Launch Phase 2 Launch Service Procurement (Aquisição do Serviço de Lançamento da Fase 2 do Lançamento Espacial para Segurança Nacional), o contrato concede à United Launch Alliance (ULA) e à SpaceX uma divisão de 60% e 40%, respectivamente, em cerca de 30 missões para o Departamento de Defesa e o Escritório de Reconhecimento Nacional.
O Departamento de Defesa dos EUA não terá permissão para comprar foguetes Atlas 5 da Rússia depois de 31 de dezembro de 2022, de acordo com uma emenda do Senado assinada em junho de 2016, abrindo a porta para grandes negócios com experiência no espaço e bilionários como Musk e Bezos, ambos inaugurando o capítulo mais recente de empreendedores e foguetes espaciais.
CONFIRA: Conheça a técnica de “future-back”, usada por visionários como Elon Musk e Jeff Bezos
Com os departamentos do governo dos Estados Unidos cada vez mais apoiando empresários para reduzir o preço dos negócios no espaço, William Roper, secretário adjunto da Força Aérea para aquisição, tecnologia e logística, anunciou em um comunicado os prêmios da competição. “Manter um mercado de lançamento competitivo, atendendo clientes governamentais e comerciais, é a maneira como incentivamos a inovação contínua no acesso garantido ao espaço. Os prêmios de hoje marcam uma nova época de lançamento espacial que finalmente fará a transição do Departamento dos motores russos RD-180”, disse.
Impacto futuro
James Bruegger, sócio-gerente do fundo de capital de risco Seraphim Capital, uma empresa sediada em Londres que investe em companhias que operam no espaço, disse à Forbes que, apesar do revés para Bezos, a SpaceX e a Blue Origin provavelmente terão um grande impacto no lançamento de mercado nos próximos anos. Ele espera que as duas estejam competindo “de frente” em várias áreas diferentes. Bruegger disse à Forbes que o planejamento da SpaceX e da Amazon para lançar satélites oferecendo cobertura de banda larga barata a nível global aponta que “as batalhas entre Musk e Bezos provavelmente durarão muitos anos”, acrescenta.
Bruegger não ficou surpreso ao ver a seleção de um player já estabelecido, com suas conexões com a Lockheed Martin e Boeing, e um novo rosto da classe empreendedora bilionária em Elon Musk e SpaceX. Conceder o contrato a dois novos jogadores, diz Bruegger, pode muito bem ter se mostrado “muito arriscado”.
Daniel Carew, diretor da IQ Capital, empresa de capital de risco de alta tecnologia sediada no Reino Unido, disse à Forbes: “O espaço conecta todos, em todos os mercados, em todos os lugares. Como o Exército dos EUA aponta, [o espaço] é o terreno elevado máximo”.
Custos de competição
Em um comunicado, a Blue Origin disse estar “decepcionada” com a decisão. Sua oferta teve um “investimento privado sem precedentes de mais de US$ 2,5 bilhões”. “Foi proposta uma oferta incrivelmente atraente para a comunidade de segurança nacional e o contribuinte dos EUA”, acrescenta. A Blue Origin argumentou que seu foguete chamado New Glenn, construído usando os motores BE-4, demonstrou “desempenho ideal e um preço de serviço muito competitivo para qualquer missão durante todo o período proposto”.
Bezos e Blue Origin podem se confortar com o fato de que, apesar de perderem o contrato, a tecnologia de motor BE-4 da empresa foi usada na apresentação do ULA.
Bezos descreveu o motor BE-4 da Blue Origin em 2014 para a CBS como uma “máquina marcante”, acrescentando que tem 550 mil libras de empuxo, um “custo recorrente” muito pequeno e “baixo custo de ciclo de vida” usando “combustível comercialmente disponível” no forma de gás natural liquefeito, forma de energia reutilizável. “É construído, testado, projetado e desenvolvido 100% nos Estados Unidos”, acrescentou.
A SpaceX apresentou seus foguetes Falcon 9 e Falcon Heavy para o contrato. A vitória para a equipe de Musk segue o anúncio em fevereiro de 2020 de que a Nasa selecionou a SpaceX para fornecer serviços de lançamento para a missão da agência Psyche, com lançamento previsto para julho de 2022.
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Participe do canal Forbes Saúde Mental, no Telegram, e tire suas dúvidas.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.