Por ora, contudo, a expectativa de meteorologistas e especialistas é de que as geadas não deverão atingir áreas de milho de forma ampla, podendo resultar em problemas apenas em regiões de baixada e isoladas, sem eventual impacto relevante para a produção.
A terça-feira deverá registrar geadas fracas numa ampla faixa que vai desde o leste, algumas áreas do norte até o sul do Paraná, enquanto o fenômeno poderá ter intensidade moderada em parte do centro-sul do Paraná, segundo informações do Simepar, órgão do Paraná que realiza projeções climáticas.
Para o especialista em milho do Departamento de Economia Rural (Deral) Edmar Gervásio, a possibilidade de geada é no sul do Paraná, “mais especificamente em regiões que tradicionalmente são mais frias como Palmas e General Carneiro”, e “não há plantio relevante de milho nestas regiões”.
“Neste momento, esta previsão não deve trazer impactos”, afirmou ele.
Questionado sobre indicações de geadas também no oeste do Paraná, ele afirmou que a previsão nessas áreas é de “fraca intensidade”.
O Paraná projeta uma segunda safra de milho em recorde de 16 milhões de toneladas, um salto ante as 5,7 milhões de toneladas da temporada passada, quando seca e geada cortaram a produção.
O agrometeorologista da Rural Clima Marco Antônio dos Santos concorda com a avaliação do especialista do Deral.
“A semana será marcada pelo frio extremo, amanhã (terça-feira), muito frio, em regiões altas ao sul do Paraná, Guarapuava, Pato Branco, Francisco Beltrão, assim como região de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná”, disse Santos, em boletim.
“Algumas regiões de baixada, que acumulam bastante frio, podem ter impacto, na próxima terça-feira, como também na quarta-feira”, declarou.
Na quarta-feira, o frio atinge áreas do sul de Minas Gerais, trazendo preocupações para áreas com altitude acima de mil metros.
“O frio é mais intenso (nessas áreas) e pode ter formação de geadas brandas… o café pode ter geada de capote, não descarto esta possibilidade”, disse ele, explicando, que se ocorrer, o fenômeno impactaria apenas as áreas externas da planta e as folhas superiores.
Santos comentou ainda que este frio é incomum para a terceira semana de maio.
(Por Roberto Samora)